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Revista oficial da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia ASBAI
Revista oficial da Sociedad Latinoamericana de Alergia, Asma e Inmunología SLaai

Número Atual:  Março-Abril 2013 - Volume 1  - Número 2


XL Congresso Brasileiro de Alergia e Imunopatologia

Temas Livres





TL001 - Efeito da obesidade induzida por dieta hiperlipídica sobre a resposta alérgica pulmonar induzida pela ovalbumina em camundongos BALB/c

 

Flávia Márcia Castro Silva; Fernanda Gambogi Braga; Ana Cláudia Carvalho Gouveia; Alessa Sin Singer Brugiolo; Leandra Coimbra Almeida; Jacy Gameiro; Ana Paula Ferreira

Imunocet - Centro de Tecnologia Celular e Imunologia Aplicada da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar o efeito da obesidade induzida por dieta hiperlipídica sobre o desenvolvimento da inflamaçao alérgica pulmonar induzida pela ovalbumina (OVA) em camundongos BALB/c.
MÉTODOS: Foram estudados 4 grupos: CN (Controle) e AP (Alergia pulmonar) - alimentados com dieta padrao; OB (Obeso) e OB/AP (Obeso/Alergia Pulmonar) - alimentados com dieta hiperlipídica por 10 semanas. Os grupos AP e OB/AP foram sensibilizados com OVA na 6ª e 8ª semana de dieta (dias 0 e 14) e desafiados com OVA 1% nos dias 21, 23, 25 e 29. As análises foram realizadas 24 horas após o último desafio.
RESULTADOS: Comparados aos grupos CN e AP, os animais OB e OB/AP apresentaram aumento de ganho de peso (44,8/40,67 vs 14,19/17,95); acúmulo de gordura (1,09/0,74 vs 0,24/0,25g) e aumento nos níveis de leptina sérica (4494/4117 vs 529,2/685,7 ng/ml). A análise histológica indicou maior infiltrado inflamatório pulmonar nos animais do grupo OB/AP, quando comparados ao grupo AP. Da mesma forma, o lavado broncoalveolar dos animais do grupo OB/AP apresentou maior número de leucócitos totais quando comparados ao grupo AP, com aumento nos números de macrófagos (199,2 vs 48,01x104 céls/ml) e linfócitos (142,3 vs 59,58x104 céls/ml) e reduçao no número de eosinófilos (56,54 vs 166,2 x104 céls/ml). Paralelamente, houve aumento nos níveis de IFN-γ (104,9 vs 74,29) e reduçao nos níveis de CCL11 (1414 vs 1959 pg/ml) nos pulmoes do grupo OB/AP, quando comparados ao grupo AP, nao havendo diferença em IL-4 e IL-13.
CONCLUSAO: Os resultados sugerem que neste modelo a obesidade induziu uma mudança no perfil da resposta imune alérgica provavelmente através da produçao de IFN-γ, sem alterar as citocinas do perfil Th2. Os dados ainda sugerem que, como houve um aumento no infiltrado inflamatório pulmonar, a obesidade pode influenciar no agravamento da asma através de outras vias que nao estao relacionadas à resposta imune de perfil Th2. Suporte: CAPES, CNPq, FAPEMIG, UFJF.

 


 

TL002 - Prevalência e gravidade da sibilância no primeiro ano de vida em crianças com baixo peso ao nascer

 

Nathalia Barroso; Leila Borges; Gustavo Wandalsen; Fabíola Suano; Dirceu Solé

UNIFESP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Descrever a prevalência e gravidade da sibilância no primeiro ano de vida de lactentes nascidos com baixo peso.
MÉTODOS: foram analisadas as respostas do questionário padronizado do estudo EISL de 674 pais das cidades de Sao Paulo (SP), Recife (PE), Belém (PA), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG) e Cuiabá (MT), cujos filhos tiveram peso ao nascimento (PN) inferior a 2500 g. Os pacientes foram distribuídos em 2 grupos: PN 2000/2499 g (A; N = 499) e PN < 2000Xg (B; N = 175).
RESULTADOS: Quando comparados com o grupo Nl (PN > 2500 g; N = 9159), os pacientes dos grupos A e B apresentaram prevalência significativamente maior de sibilância recorrente (18% vs 28% e 44%, respectivamente, p < 0,0001), hospitalizaçoes por sibilância (8% vs 11% e 23%, p = 0,008 e p < 0,0001) e sibilância grave (8% vs 19% e 33%, p < 0,0001). O diagnóstico médico de asma foi mais frequentemente encontrado apenas no grupo B (7% vs 17%, p < 0,0001). Na comparaçao entre os grupos A e B, a prevalência de sibilância recorrente, hospitalizaçoes por sibilância, sibilância grave e diagnóstico médico de asma foi significativamente maior no grupo B.
CONCLUSAO: Lactentes com baixo peso ao nascer nitidamente apresentaram maior morbidade e complicaçoes respiratórias associadas a sibilância no primeiro ano de vida. O impacto do peso de nascimento nos desfechos respiratórios estudados foi inversamente proporcional ao peso de nascimento, o que comprova a importância de um acompanhamento rigoroso de tais pacientes.

 


 

TL003 - Doença respiratória exacerbada por Aspirina: experiência com protocolo de dessensibilizaçao e terapia com aspirina em pacientes com asma e rinossinusite com polipose nasossinusal

 

Janaina Fernandes de Melo Sousa; Thais Nociti Mendonça; Daniel Loiola Cordeiro; Fabiana Cardoso Pereira Valera; Edwin Tamashiro; Wilma Terezinha Anselmo Lima; L Karla Arruda

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirao Preto - USP, Ribeirao Preto, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Relatar experiência com protocolo para dessensibilizaçao e terapia com Aspirina em pacientes com asma, rinossinusite com polipose nasossinusal e hipersensibilidade a AAS/AINEs atendidos no Hospital das Clínicas da FMRP-USP.
MÉTODOS: Protocolo de dessensibilizaçao foi realizado com duraçao de 3 dias, com o paciente internado, administrando-se doses crescentes de Aspirina. A dose inicial foi de 20 mg, com dose cumulativa alvo de 1.300 mg/dia. Tratamento com Prednisona e Montelucaste foi iniciado 48 horas antes da dessensibilizaçao, e mantido durante todo procedimento. Foi realizada rigorosa monitorizaçao dos pacientes, incluindo medidas de Pico de Fluxo Expiratório, saturaçao de O2, PA, FR, acesso venoso, e avaliaçao clínica. No período de 2009 a 2013, 15 pacientes com idades entre 31 a 64 anos (mediana 47 anos, 11 do sexo feminino) foram identificados com indicaçao de dessensibilizaçao e terapia com Aspirina.
RESULTADOS: Quatorze dos 15 pacientes realizaram cirurgia prévia para tratamento da polipose nasossinusal, sendo nove em até 10 meses pós-cirurgia (média 3,5 meses). Dessensibilizaçao com Aspirina foi bem sucedida 14/15 pacientes, entretanto a terapia com Aspirina foi descontinuada em cinco, pelas seguintes razoes: urticaria intensa e necessidade de cirurgia (colecistectomia); dengue; rash facial, hiperemia ocular e prurido oral; crises graves de asma; e urticária e hematomas. Em um paciente a dessensibilizaçao nao foi atingida, por apresentar reaçoes sistêmicas, em duas tentativas, com doses de 20 a 30 mg de Aspirina. Nove pacientes mantém terapia com Aspirina, utilizando entre 500 a 1.300 mg por dia.
CONCLUSOES: A dessensibilizaçao com Aspirina é procedimento que requer cuidados, devendo ser realizada em ambiente hospitalar. Foi bem sucedida em 14 dos 15 pacientes com indicaçao desta forma de terapia. O seguimento clínico destes pacientes revelará se a terapia com Aspirina é eficaz no controle dos sintomas e reduçao da recidiva de polipose nasossinusal.

 


 

TL004 - Sensibilizaçao por via subcutânea é superior à intraperitoneal na induçao de asma por ácaro num modelo murino

 

Marcelo Vivolo Aun1; Beatriz Mangueira Saraiva-Romanholo2; Fernanda Magalhaes Arantes Costa2; Francine Maria Almeida2; Milton Arruda Martins3; Jorge Kalil1; Pedro Giavina-Bianchi1

1. Serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas da FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil
2. Laboratório de Terapêutica Experimental LIM 20 da FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil
3. Laboratório de Terapêutica Experimental LIM 20 da Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas da FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Modelos experimentais de asma auxiliam na pesquisa básica da doença, compreensao da patogênese e criaçao de novas alternativas terapêuticas. Apresentamos um novo modelo murino de asma por ácaro, comparando duas vias e duas doses diferentes de sensibilizaçao.
MÉTODOS: O protocolo durou 30 dias. Camundongos BALB/c foram divididos em 6 grupos, que foram sensibilizados pelas vias subcutânea (SC) ou intraperitoneal (IP), com salina (controle negativo) ou Dermatophagoides pteronyssinus (Der p), 50 ou 500 mcg, em 3 injeçoes (dias 0, 7 e 14). Os animais receberam desencadeamento intranasal com Der p ou salina por 7 dias (dias 22 a 28) e sacrificados 24h após o último desafio. Avaliamos IgE específica IgE anti-Der p, densidade eosinofílica no espaço peribroncovascular e remodelamento das vias aéreas.
RESULTADOS: Tanto os animais sensibilizados via SC ou IP produziram IgE específica, sem diferença entre os grupos. Houve aumento da eosinofilia peribroncovascular apenas nos animais que receberam doses menores de Der p. Contudo, apenas o grupo Der p 50 mcg via SC desenvolveu remodelamento.
CONCLUSOES: Nesse modelo murino de asma por ácaro, ambas as vias de sensibilizaçao levaram à produçao de IgE específica e eosinofilia nas vias vias aéreas. Entretanto, apenas a via SC acarretou remodelamento. Além disso, doses menores de Der p para sensibilizaçao foram superiores às doses maiores, sugerindo tolerância imunológica. Mais estudos sao necessários para avaliar a hiperresponsividade brônquica neste modelo, mas ele já poderá ser replicado em experimentos para criar novas estratégias terapêuticas com drogas ou imunoterapia.

 


 

TL005 - Broncoespasmo induzido por exercício em adolescentes: características da funçao pulmonar e acurácia dos sintomas

 

Daniel de Andrade Hygidio; Beatriz Camisao Schwiden; Jane da Silva

Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL, Tubarao, SC, Brasil

 

INTRODUÇAO: O broncoespasmo induzido por exercício (BIE) caracteriza-se por obstruçao temporária e reversível das vias aéreas ao fluxo de ar, decorrente do exercício; é muitas vezes determinado na prática médica apenas considerando-se a sintomatologia, sem realizaçao de teste confirmatório. Em adolescentes o BEI pode ser percebido por sintomas durante o exercício físico escolar e ter repercussoes na sua prática, gerando limitaçoes. O objetivo foi determinar a prevalência de BIE em adolescentes escolares, com e sem relato de asma, comparar suas respectivas funçoes respiratórias, além de avaliar a acurácia dos sintomas na detecçao de BIE.
MÉTODOS: Estudo transversal com 220 adolescentes escolares de 12 a 14 anos, com realizaçao do teste de broncoprovocaçao induzido pelo exercício (TBIE) e questionário dos sintomas de asma e BIE. Foi estimada a prevalência de BIE e a acurácia dos sintomas em detectar BIE, adicionalmente foi comparada a queda do VEF1 em adolescentes com BIE asmáticos e nao asmáticos. O nível de significância adotado foi de 95%.
RESULTADOS: A prevalência de BIE foi de 19,1% (n = 42) (IC 95% 14,0-24,0) e a de asma foi 18,6% (n = 41). Asmáticos com BIE apresentaram queda significativa do VEF1 (p = 0,000) no 5º minuto pós-exercício, denotando maior precocidade e gravidade do BIE quando associado à asma. O diagnóstico de BIE por sintomas alocou 62 escolares. No entanto, após a realizaçao do TBIE, apenas 14 (22,6%) obtiveram queda > 10% VEF1, (sensibilidade: 33%, especificidade: 73%, VPP: 22% e VPN: 82%).
CONCLUSOES: A prevalência de BIE em adolescentes foi semelhante à encontrada na literatura. Verificou-se sinergismo entre BIE e asma na reduçao da FR pós-exercício. Embora presentes, os sintomas sugestivos de BIE apresentam baixa acurácia, com valores falsos positivos e negativos inaceitáveis para o diagnóstico de BIE. A relevância clínica está pautada no intuito de desestimular o diagnóstico de BIE pelos médicos, baseado apenas na sintomatologia pós-exercício.

 


 

TL006 - Oxido nítrico exalado, funçao pulmonar e a avaliaçao de controle da asma em crianças e adolescentes

 

Danielle Maria de Souza Chaves; Gustavo Wandalsen; Fernanda de Cordoba Lanza; Dirceu Solé

Universidade Federal de Sao Paulo/Escola Paulista de Medicina, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVOS: Avaliar as relaçoes entre os valores de óxido nítrico exalado (FeNO) e de funçao pulmonar com o nível de controle da asma em crianças e adolescentes.
MÉTODOS: avaliaçao transversal de 84 crianças e adolescentes com asma, acompanhados em serviço de referência com mensuraçao dos valores de FeNO, espirometria, resposta broncodilatadora (RB), questionário de controle da asma (ACT ou C-ACT) e dados clínicos.
RESULTADOS: a mediana de idade foi de 12 anos (6 a 17 anos) e 26 eram do sexo feminino. Asma nao controlada (ACT ou C-ACT < 19) foi encontrada em 23 (27%). Os valores do FeNO variaram de 1ppb a 196ppb (mediana 35ppb). Observamos correlaçao significante entre os valores de FeNO e do ACT/C-ACT (r = -0,21; p = 0,03), do FeNO e do FEF25-75 (r = -0,23; p = 0,02), da RB com o VEF1 e FEF25-75 (r = -0,51 e r = -0,53, respectivamente; p < 0,001) e do ACT/C-ACT com o IMC (r = -0,20; p = 0,03). Os pacientes com asma nao controlada apresentaram maior RB (mediana: 5,2% vs 10,3%; p = 0,04), mas sem diferenças nos valores de FeNO e de funçao pulmonar. Aqueles em tratamento regular com medicaçao de controle (grupo tratamento) apresentaram menores valores de FeNO dos que os sem (grupo sem tratamento - mediana: 30ppb vs 40 ppb; p = 0,03). Entre os pacientes do grupo sem tratamento, os valores de FeNO se correlacionaram significantemente com os valores de VEF1 (r = -0,62), FEF25-75 (r = -0,69) e RB (r = 0,40). Nenhuma correlaçao significante foi encontrada entre os valores de FeNO e estas variáveis no grupo tratamento.
CONCLUSOES: FeNO, funçao pulmonar e escores de controle da asma sao variáveis com fracas correlaçoes entre si, provavelmente por constituírem diferentes domínios da doença. A correlaçao dos valores de FeNO com estas variáveis é mais forte nos asmáticos sem tratamento de controle instituído.

 


 

TL007 - Infecçoes por estafilococos meticilino-resistentes em pacientes com dermatite atópica: uma preocupaçao crescente

 

Daniela Sgringnoli Rena; Ana Paula BM Castro; Cristina Miuki Abe Jacob; Antonio Carlos Pastorino; Diana Kimie Dias Martinez; Mariana Paes Leme Ferriani

Instituto da Criança - HC-FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Descrever a evoluçao clínica e laboratorial de dois pacientes com dermatite atópica (DA) grave que apresentaram sinais de infecçao cutânea.
METODOLOGIA: Descriçao de caso baseada em anamnese e dados de prontuário clínico.
RESULTADOS: Paciente 1, femino, 7 anos, com DA desde o primeiro ano de vida e seguimento ambulatorial há 3 anos. Mantinha quadro de difícil controle, sendo internada por três vezes em 2010, com necessidade de antibioticoterapia e melhoras parciais do quadro. Ao exame físico, apresentava gânglios incaracterísticos inguinais, cervicais e axilares aumentados, com USG de gânglio inguinal evidenciando linfonodos < 2,5 cm. Sorologias para CMV, EBV e herpes mostraram-se nao reagentes. Em 2011 houve novo aumento dos gânglios inguinais, de 4cm de diâmetro cada. Indicada biópsia, que mostrou linfadenite dermatopática com isolamento de Stapylococcus aureus meticilino resistente. Recebeu clindamicina por 14 dias com melhora importante dos linfonodos e do quadro cutâneo, e queda do escore de gravidade (SCORAD de 48 para 15), um mês após tratamento. Paciente 2, fem, 3 anos, com dermatite atópica desde os 5 meses de idade, há um ano em seguimento ambulatorial. Durante a evoluçao apresentou alguns episódios de eritrodermia e persistência de escore de gravidade elevado (SCORAD > 55), recebendo cinco ciclos de antibioticotarapia (cefalexina, eritromicina), apenas com melhora parcial. Em uma das crises houve piora importante da pele, prostraçao e febre, com necessidade de internaçao. Em hemocultura de sangue periférico, foi isolado Staphylococcus aureus meticilino resistente sendo tratado com clindamicina por 14 dias, com melhora do quadro, da qualidade do sono e com reduçao significativa do prurido.
CONCLUSAO: Em pacientes com DA grave e infecçoes recorrentes é importante estar atento à possibilidade de estafilococos meticilino-resistente, que demanda antibioticoperapia específica após adequada identificaçao do agente.

 


 

TL008 - Eficácia e segurança do uso de Icatibanto na gravidez em paciente com angioedema hereditário com nova mutaçao no gene SERPING1

 

Luana Sella M. Maia1; Adriana Santos Moreno1; Daniel Loiola Cordeiro1; Gustavo Neppelenbroek2; Marina Mendonça Dias1; Willy Sarti1; L Karla Arruda1

1. Departamento de Clínica Médica - Faculdade de Medicina de Ribeirao Preto - Universidade de Sao Paulo, Ribeirao Preto, SP, Brasil
2. Departamento de Ginecologia e Obstetrícia - Universidade de Ribeirao Preto, Ribeirao Preto, SP, Brasil

 

OBJETIVOS: Descrever a eficácia do uso de Icatibanto durante crises de obstruçao de vias aéreas superiores em uma paciente com Angioedema Hereditário (AEH) com nova mutaçao no gene SERPING1.
MÉTODOS: Paciente de 40 anos de idade diagnosticada com AEH tipo I há 15 anos. Dosagens de Inibidor de C1 (C1-INH) e C4 foram feitas por nefelometria. DNA genômico foi isolado de sangue total, sendo realizados PCR e sequenciamento dos 8 exons do gene SERPING 1. A paciente utilizou Icatibanto em três ocasioes durante a gestaçao.
RESULTADOS: Os sintomas iniciaram na infância e o diagnóstico foi feito aos 25 anos de idade (C1-INH = 5,0 mg/dL, normal 14-30 mg/dL; C4 = 0,04 g/L, normal 0,1-0,4 g/L). Análise genética revelou mutaçao missense no exon 6 do gene SERPING1, identificada como c.939T > G ou p.Phe291Leu. A paciente foi tratada com Danazol até expressar desejo de engravidar. Previamente à gestaçao, Danazol foi substituído por Acido Tranexâmico. Nas 32ª e 35ª semanas de gravidez a paciente apresentou episódios de dispneia, rouquidao, disfagia e sensaçao de obstruçao das vias aéreas superiores, sendo utilizado Icatibanto nas duas ocasioes devido à gravidade das crises. Na 36ª semana a paciente se autoadministrou Icatibanto devido a dor abdominal intensa; porém as dores eram por trabalho de parto, e após 6 horas foi submetida a parto cesáreo. A paciente nao apresentou angioedema ou complicaçoes durante o parto e a criança nasceu saudável.
CONCLUSOES: Foi descrita uma nova mutaçao no gene SERPING1 como causa de HAE tipo I em paciente que utilizou com sucesso Icatibanto durante a gravidez e pré-parto.

 


 

TL009 - Avaliaçao dos pacientes com angioedema em acompanhamento no serviço de alergia e imunologia do HSPE

 

Paula Nunes Guimaraes Sá Barreto; Chayanne Andrade de Araujo; Fatima Rodrigues Fernandes; Barbara Gonçalves da Silva; Maria Elisa Bertocco Andrade; Wilson Tartuce Aun; Joao Ferreira de Mello

Hospital do Servidor Público Estadual, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar o perfil dos pacientes com queixa de angioedema buscando esclarecer a etiologia do processo.
MATERIAL E MÉTODO: Incluímos pacientes atendidos no ambulatório de Alergia e Imunologia do HSPE, no período de Janeiro a Junho de 2013, com diagnóstico de angioedema à esclarecer como queixa principal. Foram solicitados os seguintes exames: hemograma, IgE, TSH, T4 livre, anticorpos anti-TPO e anti-TG, FAN, FR, complemento (C3, C4, C2, CH50, C1q, inibidor de C1 esterase), CEA, CA 125, CA 19.9 e PSA. Além destes, exames para investigaçao alérgica também foram pedidos: teste de puntura, teste de contato, IgE específica, teste para urticária física, provocaçao com drogas, quando necessário.
RESULTADOS: Dos 35 pacientes, encontramos média de idade de 51,8 anos, sendo 77% do gênero feminino. Vinte e um pacientes (60%) tem idade > 50 anos, sendo que todos os pacientes masculinos se encontram nessa faixa etária. Apenas 23% apresenta história familiar e 40% tem história pessoal de atopia. A comorbidade mais associada foi a HAS (51,4% - p <0,05). A face foi o local mais acometido (88,5%), seguidos de olhos, língua, laringe, extremidades e genitais. Quatorze (40%) pacientes referiam duraçao do angioedema < 12 horas a partir do início do quadro e em 20% havia urticária associada. Dentre os possíveis desencadeantes o uso de IECA e AINEs foram os mais prevalentes (51,4% cada), seguidos de alimentos (17,1%), BRA (11,4%) e contactantes (5,7%). Os pacientes com urticária associada tiveram como principal desencadeante o uso de AINES (57,1%), enquanto nenhum dos pacientes com angioedema desencadeado por IECA tiveram urticária associada (p < 0,05).
CONCLUSAO: Observamos nesta amostra que os medicamentos foram os desencadeantes mais frequentes de angioedema, com maior relevância para a associaçao com IECA e AINEs. Os pacientes com urticária associada tiveram como principal desencadeante o uso de AINEs, enquanto nos casos associados a IECA nao observamos relato de urticária.

 


 

TL010 - Qualidade de vida em pacientes com urticária crônica acompanhados em ambulatório especializado

 

Náiade Maria Rego e Silva; Ana Caroline Dela Bianca; Antônio Gonçalo Vasconcelos Neto; Ana Carla Melo; Dayanne Mota Veloso Bruscky; Patrícia Travassos Karam de Arruda; Geórgia Véras de Araújo

Centro de Pesquisas em Alergia e Imunologia Clínica, HC-UFPE, Recife, PE, Brasil

 

OBJETIVOS: Avaliar a qualidade de vida (QV) dos pacientes com urticária crônica (UC) acompanhados em serviço especializado.
MÉTODOS: O estudo foi realizado com questionário autoaplicável, traduzido a partir do Chronic Urticaria Quality of Life Questionnaire (CU-Q2oL), já validado em língua portuguesa, composto de 23 questoes sobre os domínios: qualidade do sono, reaçoes emocionais, sofrimento físico, isolamento social, restriçoes alimentares, limitaçao das atividades e limitaçao na escolha de objetos. As respostas foram categorizadas entre nenhum (1) a muitíssimo incômodo (5) e foi aplicado aos pacientes atendidos no ambulatório de Alergia e Imunologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, com diagnóstico de UC (mais de 6 semanas de duraçao), de ambos os sexos, maiores de 18 anos, sendo excluídos os pacientes em fase de remissao, com ausência de lesoes por mais de 15 dias e questionários com menos de 90% das questoes respondidas.
RESULTADOS: Dos 20 participantes, 80% (17/20) eram do sexo feminino, e apresentaram uma média de idade de 39,7 ± 4,9 anos. Nenhum paciente foi classificado como nao tendo qualquer impacto da doença na sua QV (escore total = 23), 30% (6/20) informaram haver pouco impacto, 35% (7/20) impacto moderado, 35% (7/20) muito impacto. Nenhum paciente foi classificado na categoria de muitíssimo impacto na QV. Com relaçao aos domínios acometidos, o prejuízo na qualidade do sono foi o que apresentou maior pontuaçao, seguido de reaçoes emocionais, enquanto que a limitaçao na escolha dos objetos foi o domínio menos valorizado.
CONCLUSOES: Todos os pacientes com UC tiveram algum grau de impacto da doença na sua QV, sendo a maioria com sua QV moderadamente ou muito afetada, apesar de estarem sob tratamento regular para controle dos sintomas. Os domínios mais afetados foram os relacionados com qualidade do sono e reaçoes emocionais, o que demonstra, como em outros estudos, que o aspecto físico nao é o que mais preocupa esses pacientes.

 


 

TL011 - Avaliaçao do teste de soro autólogo (TSA) e teste de plasma autólogo (TPA) em pacientes do ambulatório de programa de urticária crônica e angioedema

 

Cristiane Fernandes Moreira; Solange Oliveira Rodrigues Valle; Soloni Afra Pires Levy; Bruno Emanuel Carvalho Oliveira; Augusto Tiaqui Abe; José Elabras Filho; Alfeu Tavares França

Disciplina/Serviço de Imunologia do HUCFF - Faculdade de Medicina - UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Comparar a prevalência de positividade do TSA e TPA em pacientes com diagnóstico de Urticária Espontânea Crônica (UEC) do Serviço de Imunologia do HUCFF - UFRJ.
MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo retrospectivo a partir da avaliaçao dos prontuários de 220 pacientes com UEC submetidos ao TSA e TPA, durante o período de 7 anos (agosto de 2006 a junho de 2013).
RESULTADOS: Foram avaliados 220 pacientes com média de idade 42,78 anos. Mulheres compuseram 83% da amostra. TSA foi positivo em 47% e TPA positivo em 58%. Vinte pacientes (9%) tiveram TSA positivo e TPA negativo. Quarenta e três pacientes (19%) tiveram TPA positivo e TSA negativo. Oitenta e dois pacientes (37%) tiveram ambos os testes positivos enquanto 72 pacientes (32%) tiveram ambos os testes negativos.
COMENTARIOS: Em nossa casuística, houve maior positividade do TPA em relaçao ao TSA. Estes resultados estao de acordo com os dados da literatura. Tais testes sao considerados de triagem para o diagnóstico de UEC, sendo o TPA uma forma adicional de identificar outros mecanismos envolvidos na sua patogênese. Entretanto, mais estudos sao necessários para comprovar o real impacto deste dado.

 


 

TL012 - Urticária crônica/angioedema e autoimunidade: perfil diagnóstico de pacientes atendidos em ambulatório de referência

 

Daniel Loiola Cordeiro; Janaina Fernandes de Melo Sousa; Karine di Latella Boufleur; Priscila Botelho Palhas; Thais Nociti Mendonça; Janaina Michelle Lima Melo; L Karla Arruda

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirao Preto - USP, Ribeirao Preto, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar o perfil diagnóstico de pacientes com urticária crônica/angioedema (UC) e sua relaçao com autoimunidade.
MÉTODOS: Duzentos pacientes com idades entre 13-80 anos (80,5% sexo feminino), com UC atendidos entre 2008 e 2013 no Ambulatório URC do HC-FMRP-USP foram avaliados prospectivamente. Autoimunidade foi suspeitada pela presença de teste autólogo positivo, anticorpos anti-tireoide ou antinucleares (FAN). Possíveis desencadeantes (medicamentos, alimentos e/ou agentes físicos), história de anafilaxia, testes cutâneos, eosinofilia, IgE total, e sorologia para hepatites foram avaliados. Quando indicada, biópsia cutânea foi realizada.
RESULTADOS: A duraçao da doença foi de 6 meses a 36 anos (86,5% entre 1 e 15 anos). Cinquenta e seis pacientes (28%) tiveram apenas urticária; 130 (65%) apresentaram urticária e angioedema; e 14 (7%) angioedema isolado. De 86 testes autólogos realizados, 41,8% foram positivos. Anti-TPO e FAN foram positivos em 12,4% e 12,2%, respectivamente. Desencadeamento de sintomas por medicamento foi relatado em 33,5% dos pacientes, a maioria por AAS/AINEs (26,5%). Agentes físicos foram fator de piora em 30%. Oito pacientes tiveram anafilaxia. Biópsia realizada em 19 pacientes revelou: 4 urticárias-vasculites, 4 infiltrados eosinofílicos e 11 achados inespecíficos. Testes cutâneos positivos foram mais frequentes para ácaros (44%), baratas (30%) e crustáceos (16%). Uso de pelo menos uma medicaçao diária foi visto em 92% dos pacientes: 88% anti-histamínicos; 7% em uso de corticoides orais. Sessenta e nove pacientes (34%) apresentaram elementos de UC autoimune. Angioedema hereditário e por IECA foram diagnosticados em 2 e 4 pacientes, respectivamente. UC espontânea foi presente em 41,4% dos pacientes.
CONCLUSOES: UC é um desafio para o Alergista/Imunologista. Extensa investigaçao revelou fator(es) etiológico(s) em aproximadamente 60% dos pacientes. Entretanto, uma percentagem significante permaneceu com diagnóstico de UC espontânea.

 


 

TL013 - Avaliaçao do perfil de linfócitos B de pacientes com imunodeficiência comum variável antes e após vacinaçao com influenza e H1N1

 

Maira Pedreschi Baldassin; Ana Karolina Barreto Oliveira; Myrthes Toledo Barros; Andrea Cohon; Jorge Kalil; Cristina Maria Kokron

FMSUP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

INTRODUÇAO: A Imunodeficiência Comum Variável (ICV) caracteriza-se por apresentar defeitos na maturaçao e diferenciaçao dos linfócitos B (LB), resultando em alteraçoes funcionais e na distribuiçao de seus subtipos, com baixa produçao de anticorpos (Ac), aumento de susceptibilidade a infecçoes e ausência de produçao de Ac específicos. A vacinaçao, apesar da validade discutida nestes pacientes, tem sido sugerida com intuito de minimizar as infecçoes.
OBJETIVOS: Avaliar as modificaçoes da distribuiçao das subpopulaçoes de LB antes e após a vacinaçao em pacientes com ICV, produçao de Ac específicos e o efeito da vacinaçao sobre o número de infecçoes.
PACIENTES E MÉTODOS: Vacinamos 30 pacientes com ICV contra Influenza e H1N1. Aplicamos um score de sintomas clínicos antes e após a imunizaçao. Amostras de sangue foram coletadas nos tempos pré e pós 1, 3, 6 e 12 meses de vacinaçao. A cultura de linfócitos foi realizada com lisado viral e hemaglutinina de Influenza, e citometria de fluxo para identificaçao das subpopulaçoes de LB. Ac específicos foram quantificamos.
RESULTADOS: No ano posterior à vacinaçao, os pacientes apresentaram reduçao no score de sintomas, entretanto nao apresentaram produçao de anticorpos específicos para Influenza e H1N1. A análise das subpopulaçoes de LB, revelou que os pacientes apresentam uma cinética diferente dos indivíduos saudáveis. Observamos nos pacientes um aumento significante na frequência dos LB de memória com troca de isotipo e plasmoblastos após 1 mês da vacinaçao, com reduçao das mesmas pós 3 m. A populaçao naive e LB de zona marginal manteve-se aumentada 3 m após vacinaçao.
CONCLUSOES: Apesar da ausência de produçao de Ac específicos, observamos reduçao no score clínico no período pós vacinal. Observamos uma cinética de diferenciaçao de LB alterada após a vacinaçao que poderia justificar a ausência de produçao de Ac. Estas observaçoes sugerem que os linfócitos estejam tentando responder de outras maneiras à vacina.

 


 

TL014 - Síndrome de digeorge: uma doença pouco diagnosticada

 

Marcília Sierro Grassi1; Cristina Miuki Abe Jacob1; Leslie Domenici Kulikowski2; Antonio Carlos Pastorino1; Chong Ae Kim1; Roberta Lelis Dutra1; Magda Carneiro-Sampaio1

1. Instituto da Criança - HCFMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil
2. Departamento de Patologia da FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVOS: Descrever os principais aspectos fenotípicos, as cardiopatias associadas e as alteraçoes laboratoriais observadas nos pacientes com a SDG em seguimento em um centro de referência para Imunodeficiências Primárias visando alertar pediatras e neonatologistas para o diagnóstico precoce da SDG.
MÉTODOS: Foram avaliados os pacientes que preencheram os critérios de diagnóstico adotados pelo PAGID (Pan American Group for Immunodeficiency). A deleçao 22q11.2 foi detectada utilizando a metodologia FISH (fluorescence in situ hybridization) e/ou MLPA (multiplex ligation-dependent probe amplification). Para a análise da subpopulaçoes de linfócitos foi utilizado os valores de normalidade descritos por Comans-Bitter.
RESULTADOS: Foram avaliados 29 crianças e adolescentes com idades entre 8 meses a 18 anos e 11 meses (20 masculinos; média de idade = 8,5 anos e DP = 7,6 anos) portadores da SDG. As malformaçoes cardíacas foram o achado mais frequente, presentes em 26 pacientes: Tetralogia de Fallot 50,0% (13/26), CIV 15,3% (4/26), Atresia pulmonar 11,5% (3/26), Truncus Arteriosus 7,7% (2/26) e Transposiçao dos Grandes Vasos 3,8% (1/26). As principais características fenotípicas foram: fácies alongada (67,8%), nariz alongado (64,2%), micrognatia (57,1%), microstomia (53,5%), baixa estatura (50,0%), alteraçoes do palato (39,2%), anomalias dentárias (28,5%) e estrabismo (25%). Leucopenia e reduçao dos valores de CD3, CD4 e CD8 estavam presentes em 7,4%, 29,6%, 33,3% e 22,6%, respectivamente. A hipocalcemia foi detectada em 53,5% dos pacientes. O comprometimento das paratireoides, com níveis de PTH < 15 pg/mL, ocorreu em 5 pacientes. Dois pacientes apresentaram valores de IgM abaixo de 30 mg/dL e apenas 10 apresentaram resposta vacinal adequada para vacina (sarampo e/ou hepatite B).
CONCLUSAO: A SDG apresenta incidência de 1:3.000 a 1:4.000 nascidos vivos, o que poderia indicar que em nosso país ocorre um subdiagnóstico da doença. Este estudo mostra que embora os pacientes apresentassem dismorfismos faciais e outras malformaçoes e mesmo hipocalcemia associados à cardiopatia , estes dados nao foram considerados para a suspeita diagnóstica. A divulgaçao da doença ressaltando estes sinais de alerta pode contribuir para o diagnóstico precoce da SDG e manejo adequado dos pacientes.

 


 

TL015 - Síndrome de Chédiak-Higashi: Experiência de um centro de referência em imunodeficiências primárias

 

Liliana Flores Pinho; Patricia Salles Cunha; Antonio Carlos Pastorino; Ana Paula BM Castro; Mayra Barros Dorna; Magda Carneiro-Sampaio; Cristina Miuki Abe Jacob

Instituto da Criança - Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Caracterizar os aspectos clínicos, epidemiológicos e a evoluçao de 13 pacientes com Síndrome de Chédiak-Higashi (SCH) acompanhados em centro de referência em imunodeficiências primárias.
METODOLOGIA: Análise retrospectiva dos prontuários dos pacientes com SCH acompanhados no Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP, entre 1986 e 2013.
RESULTADOS: Entre os 13 pacientes avaliados (F:M = 2,2:1), detectou-se consanguinidade em 5/9 e história familiar de SCH em 6/12. A doença manifestou-se nos primeiros 6 meses de vida em 11/12 pacientes, sendo referidas: alteraçoes da pigmentaçao cutânea (n = 8), cabelos acinzentados (n = 6) e infecçoes recorrentes (n = 4). O diagnóstico ocorreu, em média, aos 23 meses. Ao exame físico: cabelos acinzentados (n = 13), albinismo cutâneo (n = 10) e hepato e/ou esplenomegalia (n = 7). Diagnóstico estabelecido com base em albinismo óculo-cutâneo associado a presença de grânulos gigantes intracitoplasmáticos em células do sangue periférico. Durante a evoluçao, as infecçoes mais frequentes foram pneumonia (n = 11, 2 com derrame), infecçoes de pele (n = 9), otite média aguda (n = 8) e diarreia aguda (n = 8). Fase acelerada (FA) ocorreu em 6 pacientes, iniciando-se em média aos 65 meses e 41 meses após o diagnóstico de SCH. Cinco destes pacientes morreram durante a FA e outro está em tratamento. Mais dois pacientes faleceram, um por linfoma de células B (22A) e outro por sepse (5A). Dois pacientes foram recentemente submetidos a transplante de células hematopoiéticas (TCH), com boa evoluçao.
CONCLUSAO: A SCH se caracteriza como imunodeficiência grave em que a instalaçao da FA é inexorável. Deve ser suspeitada na presença de fenótipo característico, sendo facilmente confirmada por exame hematológico acessível. O TCH é a opçao ideal de tratamento, devendo ser realizado logo que possível, pois resolve a imunodeficiência e impede a evoluçao para FA.

 


 

TL016 - Perfil infeccioso em pacientes com Doença Granulomatosa Crônica

 

Aline Silveira de Moraes Stoco; Mariana Paes Leme Ferriani; Mayra Barros Dorna; Ana Paula BM Castro; Antonio Carlos Pastorino; Magda Carneiro-Sampaio; Cristina Miuki Abe Jacob

Instituto da Criança Hospital das Clínicas FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Descrever as características e a evoluçao clínica dos processos infecciosos dos pacientes com Doença Granulomatosa Crônica (DGC).
MÉTODO: Estudo retrospectivo de pacientes com DGC de um centro pediátrico de referência para IDP. Foram analisados dados de prontuários considerando: aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais. Infecçao grave foi definida pela necessidade de internaçao e antibiótico endovenoso.
RESULTADOS: Foram avaliados 29 pacientes (8.7M:1F) entre 1979 a 2013. A idade de início dos sintomas foi: < 6m: 65%, de 7 m a 12 m: 14% e > 12 m: 21% dos casos. Entretanto, o diagnóstico foi realizado depois dos 12 m de vida em 59% (retardo de mais de 12m em 52%). O número total de infecçoes graves foi de 136 episódios, média de 4,7 infecçoes/pacientes, sendo que 18 pacientes apresentaram > 4 infecçoes graves. Os locais mais comuns de infecçao sao: pulmoes (48%), linfonodos, pele/subcutâneo. Houve também acometimento ósseo e SNC. Foi isolado o agente em 36%, sendo: S. aureus (14%), Serratia marcenses (14%), Aspergillus (12%), Candida spp (12%). Nas infecçoes graves, o envolvimento pulmonar foi o mais frequente (72 casos- 53%), com pneumonia em 63 destes (87,5%). Nos pulmoes, o agente mais frequente foi Candida sp (n = 4) seguido do Aspergillus (n = 3). Abscessos hepáticos ocorreram em 10 pacientes (34,5%) num total de 22 episódios, variando de 1-6 abscessos/paciente. Destes, 14 foram drenados, sendo apenas 5 com cultura positiva, sendo S. aureus o mais frequente. Houve necessidade de UTI em 14 episódios infeciosos, com 9 óbitos.
CONCLUSAO: As manifestaçoes clínicas na DGC sao precoces, mas foi observado atraso no diagnóstico. É importante suspeitar quando houver manifestaçoes graves e supurativas em pulmao e fígado, especialmente em meninos. O conhecimento dos sítios mais afetados e agentes etiológicos mais comuns nesta doença é de suma importância para o início precoce e eficaz da terapêutica.

 


 

Tl017 - Infecçoes oportunistas em pacientes com deficiência do CD40L

 

Tatiane Pavan1; Ana Paula Willy Fabro1; Ana Carolina Rozalem1; Mariana de Gouveia Pereira1; Otavio Cabral Marques2; Antonio Condino Neto2; Beatriz Tavares Costa Carvalho1

1. Universidade Federal de Sao Paulo, Sao Paulo, SP, Brasil
2. Universidade Estadual de Sao Paulo, Sao Paulo, SP, Brasil

 

INTRODUÇAO: A deficiência de CD40L ou síndrome de Hiper-IgM ligada ao X (X-HIGM) é uma imunodeficiência primária combinada de Células T e B que tem como consequência níveis altos ou normais de IgM e diminuídos de outras imunoglobulinas. Os pacientes com tal deficiência sao suscetíveis a um amplo espectro de infecçoes causadas por diferentes patógenos, incluindo germes oportunistas.
OBJETIVO: Apresentar a descriçao das infecçoes oportunistas em dois pacientes com deficiência do CD40L.
MÉTODO: Análise retrospectiva de prontuários médicos de 2 pacientes acompanhados em serviço de imunologia clínica.
RESULTADOS: Paciente 1: 19 anos, masculino, iniciou manifestaçoes clínicas aos 6 meses de idade com pneumonia pelo Pneumocystis jiroveci. Durante o acompanhamento desenvolveu infeçao ganglionar pelo Paracoccidioiomicose brasiliensis aos 10 anos de idade sendo tratado com Itraconazol por 6 meses. Aos 12 anos, giardíase de difícil tratamento e aos 19 anos apresentou febre prolongada com tosse e emagrecimento, com diagnóstico de tuberculose disseminada que encontra-se em tratamento. Diagnóstico definitivo da Def CD40L foi através da mutaçao:c.345_402del exon 3 skipping. Paciente 2:9 anos, masculino, apresentou história de infecçao de repetiçao desde os 6 meses de vida: pneumonias (1 empiema), otites, sinusites. Aos 6 anos de idade apresentou internaçao com novo quadro pulmonar com insuficiencia respiratória aguda e sepse por Aspergillus sp. Diagnóstico pela mutaçao: Deleçao na Regiao Promotora em fase de caracterizaçao. Os dois pacientes iniciaram uso regular de Imunoglobulina intravenosa e sulfametoxazol-trimetropim após o diagnóstico, mas mesmo assim desenvolveram infecçao por oportunistas.
CONCLUSAO: Pacientes com deficiência do CD40L apresentam susceptibilidade a infecçoes por germes oportunistas sendo fundamental o isolamento do agente etiológico para um tratamento específico com reduçao da morbimortalidade.

 


 

TL018 - Aplicaçao dos dez sinais de alerta no diagnóstico de imunodeficiências primárias

 

Fernanda Bora Moleta; Herberto Jose Chong Neto; Carlos Antônio Riedi; Nelson Augusto Rosário

Serviço de Alergia e Imunologia, Hospital de Clínicas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar a aplicaçao dos dez sinais de alerta para imunodeficiências primárias (IDP) em pacientes com este diagnóstico acompanhados pelo serviço de Alergia e Imunologia Pediátrica, Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR).
MÉTODO: Análise retrospectiva de pacientes com diagnóstico de IDP acompanhados entre os anos de 1994 e 2013. Os dez sinais de alerta sao os adaptados da Fundaçao Jeffrey Modell e Cruz Vermelha Americana.
RESULTADOS: Entre quarenta e cinco pacientes com IDP, 32 (68,9%) apresentaram predominantemente deficiência humoral, 7 (15,6%) imunodeficiência associada a síndrome, 3 (6,7%) defeitos congênitos de fagócitos, 1 (2,2%) imunodeficiência combinada e 2 (4,4%) IDP nao classificada. Quarenta e quatro (98%) apresentaram um ou mais sinais de alerta. O sinal de alerta mais frequente foi "duas ou mais pneumonias no último ano", presente em 32 indivíduos (71%). Outros sinais comuns foram "4 ou mais novas otites médias agudas no último ano" (32%), "um episódio de infecçao sistêmica grave" (27%), "infecçoes intestinais de repetiçao/diarreia crônica" (27%) e "história familiar de IDP" (20%).
CONCLUSAO: As IDP sao doenças sub-diagnosticadas e pouco conhecidas pelos profissionais de saúde. Suspeitar de tais condiçoes é essencial para o diagnóstico, e os dez sinais de alerta se mostraram uma ferramenta adequada para investigaçao de indivíduos com IDP.

 


 

TL019 - Diagnóstico por componentes em pacientes com asma e/ou rinite alérgicos a ácaros e barata: relevância clínica

 

Gil Bardini Alves1; Ana Carolina Alves Feliciano Sousa Santos1; Adriana Santos Moreno1; Keity Sousa Santos2; L Karla Arruda1

1. USP-RP, Ribeirao Preto, SP, Brasil
2. FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: A detecçao de anticorpos IgE para componentes de alérgenos por tecnologia de microarray foi recentemente introduzida, entretanto seu papel na prática clínica ainda nao está bem estabelecido. Nosso objetivo foi avaliar a relevância clínica do diagnóstico de alergia por componentes em pacientes com asma e/ou rinite alérgicos a ácaros e barata.
MÉTODOS: Foram selecionados 50 pacientes com idades entre 13 e 75 anos (28 do sexo masculino), e 9 indivíduos controle nao alérgicos, nao-asmáticos, com idades entre 24 e 54 anos. Os pacientes foram selecionados dentre aqueles atendidos no Ambulatório de Alergia do HC-FMRP-USP, que apresentaram asma e/ou rinite, e testes cutâneos positivos para extratos de ácaro (Dermatophagoides pteronyssinus) e baratas (Periplaneta americana e/ou Blattella germanica). Anticorpos IgE para componentes foram detectados por ImmunoCAP-ISAC (Thermo Fisher Scientific Inc.).
RESULTADOS: Quarenta e cinco dos 50 pacientes (90%) com testes cutâneos positivos para D. pteronysinus tiveram IgE detectável a pelo menos um dos alérgenos Der p 1, Der p 2 e Der p10. Concordância entre testes cutâneos e ISAC para D. pteronyssinus, D. farinae, B. germanica, e gato foi de 90%, 82%, 52%, e 70%, respectivamente. Um controle apresentou ISAC positivo para Ole e 2. Aproximadamente 50% dos pacientes foram positivos para tropomiosinas no ImmunoCAP-ISAC. Houve correlaçao excelente entre anticorpos IgE para tropomiosinas de invertebrados, com coeficientes de correlaçao variando entre 0,88 (entre tropomiosinas de barata e camarao, Bla g 7 e Pen a 1) e 0,97 (entre tropomiosinas de ácaro e barata, Der p 10 e Bla g 7).
CONCLUSOES: O diagnóstico de alergia por componentes demonstrou eficácia para o diagnóstico de alergia a inalantes, particularmente ácaros D. pteronyssinus e D. farinae. Os resultados confirmaram a importância da tropomiosina entre pacientes alérgicos em nosso meio, e o elevado grau de reatividade cruzada IgE entre tropomiosinas de invertebrados.

 


 

TL020 - Aeroalérgenos domiciliares e perfil de sensibilizaçao entre crianças atópicas de Curitiba

 

Cinthya Covessi Thom Souza1; Laura Maria Lacerda Araujo1; Mariana Ishibashi1; Carolina Tiyemi Deguchi da Silva1; Marconi Rodrigues Faria2; L Karla Arruda3; Nelson Augusto Rosário1

1. UFPR, Curitiba, PR, Brasil
2. Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, Brasil
3. USP, Ribeirao Preto, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Determinar os níveis de aeroalérgenos na regiao de Curitiba, em residência de pacientes atópicos, e investigar qual é o mais prevalente e frequente nesta cidade. Além disso, avaliar os níveis de IgE específica para esses alérgenos.
MÉTODO: Estudo de corte transversal realizado com crianças atópicas entre 6 e 14 anos com diagnóstico de rinite e/ou asma, com sensibilizaçao ao D. pteronyssinus no teste cutâneo alérgico (n = 43) e suas respectivas amostras de poeira domiciliar (n = 44). Dentre as crianças, foram coletadas amostras de sangue e analisadas IgEs específicas para D. pteronyssinus, D. farinae, B. tropicalis, B. germanica, epitélio de cao e gato, bem como IgE total. Das casas, foram coletadas amostras de poeira do chao e da roupa de cama com aspirador de pó Eletroluxr e dispositivo Indoor Biotechnologiesr e analisados os componentes alergênicos Der p 1, Der f 1, Blo t 5, Can f 1 e Fel d 1 por ELISA.
RESULTADOS: Todos os alérgenos foram encontrados em maiores concentraçoes nas amostras de poeira de roupa de cama que nas amostras de chao. Der p 1 foi encontrado em 95,3% das amostras de roupa de cama com uma mediana de concentraçao de 4,34 mcg/g de poeira. As concentraçoes dos demais alérgenos foram baixas, apesar da alta frequência de ocorrência do Can f 1 na roupa de cama (97,6%). Níveis de IgE específica maiores que 0,35 kUA/L foram encontrados em 97,6% da populaçao para D. pteronyssinus, D. farinae e B. tropicalis. Os níveis de D. pteronyssinus foram os maiores com mediana de 92,7 kUA/L e estiveram correlacionados com os níveis de IgE específica para D. farinae.
CONCLUSOES: Der p1 foi o alérgenos mais importante em ocorrência e concentraçao nesta populaçao, especialmente em amostras de roupa de cama. A presença do Can f 1 foi maior, mas em baixas concentraçoes, fato possivelmente relacionado as propriedades dos alérgenos do cao. Os ácaros foram os alérgenos mais comuns a causar sensibilizaçao nesta populaçao, especialmente o D. pteronyssinus.

 


 

TL021 - Relevância da sensibilizaçao à Blomia tropicalis em pacientes com asma

 

Carla Bisaccioni; Rosana Camara Agondi; Marcelo Vivolo Aun; Jorge Kalil; Pedro Giavina-Bianchi

Universidade Sao Paulo, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar a relevância clínica da sensibilizaçao ao ácaro Blomia tropicalis (Blo t) em pacientes com asma através de broncoprovocaçao específica.
MATERIAL E MÉTODOS: Dezoitos pacientes com asma alérgica do Ambulatório do Serviço de Imunologia Clínica e Alergia do HC-FMUSP foram selecionados. Todos os pacientes apresentavam teste cutâneo positivo para os ácaros Blomia tropicalis e Dermatophagoides pteronyssinus (Der p). Broncoprovocaçoes específicas foram realizadas com esses ácaros em todos os pacientes, com intervalo mínimo de oito semanas.
RESULTADOS: Trinta e seis broncoprovocaçoes específicas foram realizadas. Todas as dezoitos provocaçoes com Der p foram positivas. Dezessete provocaçoes com Blo t (93%) foram positivas. Todas com queda do volume expiratório forçado (VEF1) maior ou igual a 15%.
CONCLUSAO: Pacientes podem ser sensibilizados a determinado ácaro, mas a positividade do teste in vivo ou in vitro nao significa que haja concordância com o alérgeno relevante para o desencadeamento dos sintomas. A presença do Der p como desencadeador dos sintomas de asma já é estudada em vários países. Em países tropicais como o Brasil, a Blo t é muito prevalente, com alta positividade nos teste cutâneos, mas pouco estudada. Nesse trabalho, a positividade das broncoprovocaçoes ressaltou a relevância da Blo t no desencadeamento dos sintomas respiratórios e na queda do VEF1, e a importância do estudo desse ácaro na nossa populaçao.

 


 

TL022 - Presença de cao domiciliar e o padrao de alérgenos nos domicílios de crianças atópicas

 

Cinthya Covessi Thom Souza1; Laura Maria Lacerda Araujo1; Débora Almeida Brito1; Daniela Tiburcio Rigotto Bannwart1; Marconi Rodrigues Faria2; L Karla Arruda3; Nelson Augusto Rosario1

1. UFPR, Curitiba, PR, Brasil
2. Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, Brasil
3. USP, Ribeirao Preto, SP, Brasil

 

OBJETIVOS: Determinar os níveis de aeroalérgenos, em residência de pacientes atópicos na regiao de Curitiba, e verificar se a presença do cao domiciliar está relacionada a mudanças no padrao de distribuiçao dos mesmos.
MÉTODO: Estudo de corte transversal realizado com amostras de poeira domiciliar (n = 44) de crianças atópicas entre 6 e 14 anos com diagnóstico de rinite e/ou asma, sensibilizaçao ao D. pteronyssinus no teste cutâneo alérgico. Aplicado questionário sobre as condiçoes de hábitos de higiene domiciliar, número de co-habitantes e presença de animal doméstico. As amostras de poeira do chao e da roupa de cama foram coletadas com aspirador de pó Eletroluxr e dispositivo Indoor Biotechnologiesr e submetidas à análise por ELISA dos componentes alergênicos Der p 1, Der f 1, Blo t 5, Can f 1 e Fel d 1.
RESULTADOS: 26/44 (59%) domicílios abrigavam cao domiciliar, dos quais 19/44 (73,1%) eram extradomiciliar. 22/44 (50%) apresentavam mais de um animal. As características domiciliares e hábitos de limpeza foram semelhantes entre os grupos com e sem cao. O grupo com cao apresentou níveis maiores de Der p 1 em amostras de poeira de roupa de cama (mediana 171 mcg/g de poeira) que o grupo sem cao (mediana 3,36 mcg/g de poeira). Nas amostras de chao também foram encontrados níveis maiores de Der p 1 no grupo com animal domiciliar, embora esses níveis sejam mais baixos que nas roupas de cama. As concentraçoes de Der f 1 foram menores nas amostras de chao do grupo sem animal. As concentraçoes de Can f 1 em roupa de cama e chao foram mais elevadas no grupo com cao.
CONCLUSOES: Níveis de alérgenos dos ácaros e cao mostraram-se mais elevados nos domicílios com caes.

 


 

TL023 - Valor diagnóstico do teste de uso da luva em pacientes com suspeita de alergia ao látex

 

Lorena Wanderley Petry; Marilise Guedes Candido Marculino; Ligia Spagnol Ranalli; Fatima Rodrigues Fernandes; Maria Elisa Bertocco Andrade; Wilson Tartuce Aun; Joao Ferreira de Mello

Hospital do Servidor Público Estadual de Sao Paulo - FMO, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar a importância diagnóstica do teste de uso da luva ("use test") nos pacientes com suspeita de alergia ao látex.
MATERIAL E MÉTODOS: Estudamos 32 pacientes com história clínica sugestiva de alergia ao látex e realizamos dosagem de IgE especifica para o látex (Immulite/Siemens) e teste cutâneo com extrato nao padronizado preparado no Serviço de Alergia do HSPE. Todos os pacientes realizaram o teste de uso da luva conforme o protocolo do serviço. Para o controle negativo, incluímos 15 indivíduos sem história clínica de alergia ao látex e com teste cutâneo e IgE específica negativos para látex.
RESULTADOS: Participaram do estudo 47 indivíduos, sendo 32 pacientes com diagnóstico de alergia ao látex. Dos pacientes alérgicos, 87,5% era do gênero feminino, com mediana de idade de 44 anos e a maioria pertencia ao grupo de risco de profissionais da saúde (56,3%). O teste cutâneo, a IgE específica para látex e o "use test" foram positivos para 93,8%, 81,3% e 59,4% dos pacientes, respectivamente. A IgE específica foi Classe I em 12,5%, classe II em 31,3%, classe III em 12,5% e classe 4 em 25%, portanto a maioria pertenceu a classe II. Comparamos no grupo estudo, a relaçao do "use test" com teste cutâneo e/ou IgE específica positiva para o látex e encontramos uma acurácia para o teste de uso da luva de 70,2%, sensibilidade de 58,1%, especificidade de 93,8%, valor preditivo negativo 53,6% e valor preditivo positivo de 94,7%.
CONCLUSAO: Encontramos uma baixa sensibilidade e um limitado valor preditivo negativo do teste de uso da luva neste estudo porém, uma alta especificidade do mesmo, demonstrando que, quando positivo e associado à história clínica, pode ser uma ferramenta a mais para confirmar a doença, em especial quando nao dispomos de teste cutâneo ou IgE específica.

 


 

TL024 - Anafilaxia grave após ferroada de Polybia paulista: importância do conhecimento de alérgenos regionais

 

Roberta Almeida Castro; Alexandra Sayuri Watanabe; Karine Amicis; Keity Sousa Santos; Clovis E. S. Galvao; Jorge Kalil; Fabio Morato Castro

Serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Documentar a importância do estudo de alérgenos regionais em pacientes ferroados por vespas que foram identificados pela história clínica como Polybia paulista. Destacar a importância do western blot (WB) como ferramenta auxiliar no diagnóstico desses pacientes.
MÉTODO: Dois pacientes com anafilaxia grau IV (critérios de Muller) após ferroada de vespa foram investigados quanto a: pesquisa de IgE sérica (ImmunoCapr); testes cutâneos (venenos de abelha e vespas: Polistes sp e Polybia paulista - veneno cedido pela UNESP Rio Claro) e para o WB as fraçoes proteicas foram submetidas a eletroforese unidimensional, sendo utilizadas 30 µg de proteínas em minigel. Após eletroforese as proteínas foram eletrotransferidas para uma membrana de nitrocelulose por 1:30H a 0,8 mA/cm2 em sistema wet. Para imunodetecçao foi utilizado o plasma dos pacientes na proporçao 1:4 e anti-IgE biotinilada. A revelaçao foi feita utilizando streptoavidina e ECL Plus.
RESULTADO: O paciente 1 apresentou os seguintes resultados para veneno de abelha: ImmunoCap negativo; teste intradérmico positivo em 1,0 mcg/mL; para veneno de Polistes: ImmunoCap 1,19; teste intradérmico positivo em 1,0 mcg/mL; para veneno de Polybia: teste intradérmico positivo em 0,001 mcg/mL e WB com reconhecimento de 3 bandas para o veneno de Polybia e 1 banda coincidente para o de Polistes. O paciente 2 apresentou ImmunoCap e teste cutâneo negativos para os venenos de abelha e vespa (Polistes); teste intradérmico positivo para Polybia em 0,001 mcg/mL e WB com reconhecimento de várias bandas para Polybia e nao para Polistes.
CONCLUSOES: Pela gravidade da reaçao, a imunoterapia específica seria muito bem indicada. O extrato comercial disponível (Polistes) nao foi adequado para ambos os casos: somente uma banda reagente no WB no caso 1 e nao reagente no caso 2. A eficácia da imunoterapia depende de extratos adequados demonstrando a importância de incentivar a pesquisa e descobertas de alérgenos nacionais.

 


 

TL025 - Reaçoes anafiláticas durante testes de provocaçao oral com alimentos em pacientes pediátricos

 

Andrea Keiko Fujinami Gushken; Letícia Aki Watanabe; Cleonir Moraes Lui Beck; Ana Paula BM Castro; Glauce Hiromi Yonamine; Antonio Carlos Pastorino; Cristina Miuki Abe Jacob

Instituto da Criança HCFMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Descrever as reaçoes anafiláticas que ocorreram durante Testes de Provocaçao Oral com alimentos em pacientes pediátricos.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo e descritivo, através da análise de 205 Testes de Provocaçao Oral (TPO) realizados para confirmaçao diagnóstica ou para avaliaçao de tolerância clínica, em um Centro de Referência Pediátrico para Alergia Alimentar. Foram 46 testes abertos e 159 cegos (mediana de idade: 1,9 anos e 4,4 anos respectivamente): 3 simples cegos e 156 TPODCPC. O leite de vaca (LV) foi o alimento mais frequente (n = 194), seguido pelo ovo (n = 9) e trigo (n = 2).
RESULTADOS: A anafilaxia ocorreu durante 17 testes (8,3%), mediana de idade de 5,82 anos (1,28 anos a 14,3 anos), 5 pacientes sem relato de anafilaxia anterior ao teste. As manifestaçoes clínicas iniciais da anafilaxia foram prurido e dor em orofaringe, vômito, tosse, hiperemia perioral, palpebral, cervical e coriza. As manifestaçoes mais frequentes foram cutâneas (100%) e respiratórias (70,5%) sendo a tosse e o prurido em mucosas os sintomas mais frequentes durante as anafilaxias. Reaçoes bifásicas nao foram observadas e todos evoluíram sem a necessidade de cuidados intensivos.
CONCLUSOES: Reaçoes graves durante TPO com alimentos podem ocorrer mesmo em pacientes sem história pregressa de anafilaxia, enfatizando a necessidade de cuidados independente da história anterior. Manifestaçoes iniciais discretas e subjetivas devem ser valorizadas pois podem evoluir para reaçoes graves. Este teste permanece de grande valor diagnóstico e pode ser considerado seguro se realizado em local adequado e com equipe médica preparada para o reconhecimento e atendimento de reaçoes graves.

 


 

TL026 - Tolerância ao leite processado em altas temperaturas em pacientes com alergia ao leite de vaca (ALV) mediada pela imunoglobulina E

 

Claudia Plech Garcia Barbosa; Patricia Salles Cunha; Andrea Keiko Fujinami Gushken; Glauce Hiromi Yonamine; Ana Paula BM Castro; Antonio Carlos Pastorino; Cristina Miuki Abe Jacob

Instituto da Criança - USP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVOS: Identificar entre os pacientes com ALV persistente aos cinco anos, aqueles que toleram leite de vaca processado a altas temperaturas (LVPAT) e definir se há diferentes fenótipos neste grupo.
MÉTODOS: Estudo prospectivo envolvendo pacientes acima de 5 anos de idade com diagnóstico comprovado de ALV IgE mediada, através de teste de provocaçao oral. Todos os pacientes realizaram pesquisa de IgE específica para leite de vaca e fraçoes no soro (ImmunoCAP) e através de teste de puntura (técnica de Pepys modificada). Os pacientes foram submetidos a teste de provocaçao oral (TPO) com ingestao de LVPAT. A preparaçao contendo 2,3 gramas de leite foi feita em forno a 180 a 2500C por 30', dividida em 4 porçoes e administrada em intervalos de 15' e observada a ocorrência de reaçoes. Definiu-se tolerância ao LVPAT, quando nao havia nenhuma reaçao alérgica à ingestao.
RESULTADOS: Foram submetidos ao TPO com LVPAT, 18 pacientes (9M) com média de idade = 7,7 a (5-13 a). Nove pacientes (6 M e média de idade = 6,8 a) toleraram o LVPAT e os demais (6 F e média de idade = 8,7 a) reagiram á preparaçao. Os valores de IgE sérica específica para a caseína mostraram-se maiores de maneira significante nos pacientes que reagiram ao LPTA (p = 0,035), sem diferenças nos demais alérgenos. Com relaçao ao teste de puntura, a caseína e a α-lactoalbumina apresentaram diferenças significativas (p = 0,011 e p = 0,007, respectivamente) sendo as medianas das pápulas dos pacientes que reagiram ao LVPAT maiores.
CONCLUSOES: Foi possível identificar pacientes que toleraram LVPAT, definindo um diferente fenótipo de indivíduos que podem se beneficiar com uma nova possibilidade dietética. Os níveis elevados de IgE sérica para caseína entre os pacientes que reagiram a preparaçao podem indicar ser este um marcador de persistência também estre os indivíduos mais reativos. Novos estudos com amostras maiores sao necessários para confirmar a associaçao da caseína como marcador de risco para a nao tolerância ao LPAT.

 


 

TL027 - Prejuízo do estado nutricional em pacientes com alergia alimentar

 

Marina Fernandes Almeida; Larissa Carvalho Monteiro Costa; Gesmar Rodrigues Silva Segundo; Ana Carolina Ramos Nápolis

Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil

 

OBJETIVO: Analisar as características clínicas e o estado nutricional dos pacientes com alergias alimentares acompanhados em um centro terciário de alergia e imunologia.
MÉTODOS: Um estudo retrospectivo foi realizado através do acesso de prontuários dos pacientes com diagnóstico de alergia alimentar (AA), no período de fevereiro de 2009 a fevereiro de 2012.
RESULTADOS: 354 pacientes foram avaliados neste período; 228 (69,1%) dos pacientes tiveram diagnóstico de alergia alimentar confirmado, enquanto os 126 restantes (30,9%) tiveram o diagnóstico de AA excluído. A idade dos pacientes com alguma alergia alimentar diagnosticada foi inferior (mediana = 10 meses, IC = 1 - 193 meses) que o grupo sem AA (mediana = 36.5 meses, IC = 1 - 216 meses). Nao houve diferença estatística no sexo, idade gestacional, tipo de parto, período de amamentaçao e idade de introduçao de fórmulas complementares a base de proteína do leite de vaca. O Z-escore para peso-idade, altura-idade e IMC-idade mostraram valores significativamente inferiores no grupo com alergia alimentar comparado ao grupo sem AA, utilizando teste de Whitney, com valores de significância de p = 0.0005, p = 0.0030 e p = 0.0066, respectivamente.
CONCLUSAO: Pacientes com alergia alimentar possuem uma taxa de crescimento inferior em comparaçao aos pacientes sem esse diagnóstico. O reconhecimento precoce das alergias alimentares com o estabelecimento de uma dieta de exclusao proteica direcionada, em associaçao a uma reposiçao nutricional adequada, é importante para reduçao do impacto nutricional das alergias alimentares.

 


 

TL028 - Sensibilizaçao alimentar em pacientes com dermatite atópica - Atualizaçao de dados

 

Thatiane Ferreira Pignatari Mahet; Cynthia Camillo Casotti; Leonardo Araujo de Medeiros; Eliane de Dios Abad; Simone Saintive Barbosa; Ekaterini Simoes Goudouris; Evandro Alves do Prado

Instituto de Puericultura e Pediatria Martagao Gesteira, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Relatar perfil de sensibilizaçao a alimentos em pacientes com dermatite atópica (DA) acompanhados em ambulatório especializado.
MÉTODO: Estudo retrospectivo, por meio de revisao de prontuários médicos de pacientes com DA, classificados pelo SCORAD. Estudamos o perfil de IgE específica, dosada por fluoroimunoensaio (ImmunoCAP) para leite de vaca (LV) e suas proteínas, clara e gema de ovo, trigo e soja. Resultados acima de 0,35 kU/l foram considerados positivos.
RESULTADOS: Dentre 185 pacientes, com idade entre 4 meses e 16 anos (mediana = 5), 33 (17,8%) apresentaram quadro de DA leve (SCORAD < 25), 81 (43,8%) DA moderada (SCORAD entre 25-50) e 71 (38,4%) DA grave (SCORAD>50). Encontramos um total de 117 pacientes (63,2%) com IgE específica > 0,35 para pelo menos um dos antígenos alimentares testados. Dentre os pacientes sensibilizados, 30,6% eram lactentes, 29,7% tinham entre 2-6 anos, 22,5% eram escolares e 17,1%, maiores de 10 anos. No total de 117 pacientes sensibilizados, 85 (72,6%) apresentavam sensibilizaçao a pelo menos dois alimentos e 27,4% eram sensibilizados para apenas um alimento. A análise das IgEs especificas mostrou que 87,7% eram sensibilizadas para ovo, 46,5% trigo e 26% soja, 35,9% caseína, 25,2% alfa-lacto, 41% beta-lacto e 28% LV. Dos pacientes sensibilizados, a IgE encontrava-se > 100 kU/l em 71,4% dos monossensibilizados e 92,95% dos polissensibilizados. Dentre os pacientes monossensibilizados, 28% tinham DA leve, 36% moderada e 36%, grave. Quanto aos polissensibilizados, 12% tinham DA leve, 45,5 % moderada e 41,2% grave.
CONCLUSOES: Sensibilizaçao a alimentos nao é sinônimo de alergia alimentar, e tem sido relatada em pacientes com DA, particularmente nos mais graves, que costumam apresentar valores elevados de IgE. Encontramos sensibilizaçao alimentar em 63,2% dos pacientes, de faixas etárias variadas. Na maioria dos pacientes (72,6%) a sensibilizaçao era múltipla, sendo o alimento mais implicado o ovo, seguido de trigo e LV.

 


 

TL029 - Induçao de anafilaxia pelo fruto Ananas comosus (abacaxi) em modelo murino por exposiçao oral e sem o uso de adjuvante

 

Fernanda Miriane Bruni; Jorge Kalil; Fernanda Magalhaes Arantes Costa; Fabio Morato Castro

Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP, Brasil

 

INTRODUÇAO: Alergias alimentares representam um problema saúde pública e, em especial, a alergia alimentar que vêm ocupando cada vez mais um espaço importante no aumento da prevalência e mortalidade. Casos de frutas induzindo alergia alimentar estao chamando a atençao. Modelos experimentais que mimetizem alteraçoes imunológicas de doenças que acometem humanos sao valiosos para estudos de mecanismos de desencadeamento bem como avaliaçao da eficácia e segurança de novas terapias.
OBJETIVO: Desenvolver um modelo em camundongos de anafilaxia pelo fruto Ananas comosus.
MÉTODOS: Camundongos Balb/c fêmeas receberam por via intragástrica semanalmente por 7 semanas consecutivas extrato fresco de A. comosus. Avaliamos peso corpóreo e a produçao de anticorpos específicos durante o protocolo. Após o desafio oral, a temperatura corpórea e parâmetros respiratóriosdos animais foram avaliados por até 45 minutos. Ensaio de Anafilaxia Cutânea Ativa (ACA) foi realizado para verificar a presença de anticorpos específicos e anafiláticos.
RESULTADOS: Os animais administrados com extrato fresco apresentam baixo peso corpóreo quando comparados com o grupo salina. Após 20 minutos do desafio oral os animais sofrem queda de 1.8 graus na temperatura corporal. Por ELISA detectamos anticorpos específicos IgG1 e IgG2a. Ensaio de ACA revelou que os anticorpos produzidos sao específicos e anafiláticos. A máxima alteraçao nos parâmetros respiratórios foi observada 40 minutos após o desafio oral com o extrato, com reduçao da ventilaçao pulmonar e broncoconstriçao.
CONCLUSOES: Desenvolvemos um protocolo de anafilaxia ao fruto A.comosus livre de adjuvante e por exposiçao oral em camundongos. Acreditamos que o nosso trabalho contribuirá tanto para estudos de investigaçao dos alérgenos quanto os componentes imunológicos envolvidos na resposta, uma vez que mimetiza a exposiçao natural ao alimento.

Apoio financeiro: FAPESP e Instituto de Investigaçao em Imunologia iii-INCT.

 


 

TL030 - Avaliaçao da influência de fórmulas lácteas no desenvolvimento da dermatite atópica

 

Bruno Paes Barreto; Francisca Regina Oliveira Carneira; Bruna Tavares Almeida; Juliana Vieira Lobato

Universidade do Estado do Pará, Belém, PA, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar a influência da utilizaçao de fórmulas lácteas no desenvolvimento de dermatite atópica em crianças de até seis anos de vida.
MÉTODO: Estudo retrospectivo, caso-contole, com um grupo constituído de indivíduos com dermatite atópica (DA) e outro de indivíduos sem DA, ambos provenientes do Centro de Saúde Escola da Universidade do Estado do Pará. Foram estudadas crianças com até seis anos de idade, de ambos os sexos, atendidas no centro de saúde adotado nesta pesquisa, no período de novembro de 2012 a março de 2013, cujos responsáveis autorizaram a participaçao das mesmas por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Ao final da coleta de dados, 101 crianças foram incluídas na pesquisa, das quais 46 casos e 55 controles. O intervalo de confiança foi de 95% e nível α 5%.
RESULTADOS: No presente estudo, as crianças que iniciaram o uso de fórmulas lácteas anteriormente aos seis meses apresentaram um risco sete vezes maior de desenvolver DA em relaçao àquelas que mantiveram o AME até os seis meses (OR = 7; p = 0,0005; IC 95% 2,5 - 23,8). Apenas uma criança utilizou fórmula extensamente hidrolisada, sendo a fórmula parcialmente hidrolisada a grande prevalência.
CONCLUSAO: O presente estudo concluiu que a introduçao de fórmulas lácteas anteriormente aos seis meses de vida demonstrou maior risco para o desenvolvimento de dermatite atópica (DA) em comparaçao à realizaçao de AME no mesmo período.

 


 

TL031 - Avaliaçao e validaçao da versao traduzida do questionário de controle da rinite Rhinitis Control Assessment Test

 

Pedro Fernandes; Ligia Fonzar; Márcia Nogueira; Márcia Mallozi; Gustavo Wandalsen; Dirceu Solé

UNIFESP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVOS: Avaliar e validar a versao traduzida para o português do questionário de controle da rinite Rhinitis Control Assessment Test (RCAT).
MÉTODOS: O questionário RCAT foi aplicado a 52 adolescentes (12 a 18 anos) com rinite alérgica persistente acompanhados em serviço de referência. O RCAT é um questionário autoaplicável composto de seis perguntas com cinco alternativas. Além do RCAT, foram avaliados os escores de sintomas nasais (ESN) e extranasais (ESEN), pico de fluxo inspiratório nasal (PFN) e a opiniao médica sobre o controle da rinite.
RESULTADOS: A mediana do RCAT foi de 21, variando de 10 a 29. O RCAT apresentou correlaçao significante com o ESN (r = -0,69; p < 0,001), com o ESEN (r = -0,61; p < 0,001) e com o PFN (r = 0,30; p < 0,02). Os pacientes considerados controlados pelo RCAT (escore > 22) apresentaram menores valores de ESN (mediana: 4 vs 8; p < 0,001) e ESEN (mediana: 2 vs 6; p < 0,001) e maiores valores de PFN (mediana: 140L/s vs 100L/s; p = 0,02) do que os nao controlados. Os valores de RCAT foram significantemente diferentes entre os classificados pelo médico como tendo a rinite nao controlada (mediana: 18), parcialmente controlada (mediana: 21) e controlada (mediana: 26).
CONCLUSOES: a versao traduzida para o português do questionário RCAT mostrou-se válida sendo capaz de discriminar pacientes com diferentes níveis de controle da rinite.

 


 

TL032 - Traduçao e validaçao para a língua portuguesa de questionário para avaliaçao de sintomas psicossomáticos em adultos com dermatite atópica

 

Manuela Boleira Sieiro Guimaraes; Omar Lupi; Amanda Seba

UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVOS: O objetivo deste estudo foi validar a versao em português brasileiro do Psychosomatic Scale for Atopic Dermatitis (PSS-AD), o único questionário desenvolvido especificamente para a avaliaçao de sintomas psicossomáticos na DA.
MÉTODOS: A adaptaçao do questionário consistiu na traduçao e retrotraduçao realizadas de forma independente por três tradutores bilíngues, seguidas por um pré-teste. O PSS-AD foi auto-administrado, juntamente com o Dermatology Life Quality Index - DLQI, em 47 pacientes com DA. A gravidade da doença foi avaliada através do Eczema Area and Severity Index - EASI. A análise fatorial foi utilizada para identificar as dimensoes da versao em português brasileiro do PSS-AD. A consistência interna e a validade de convergência também foram analisadas. A reprodutibilidade foi analisada através do coeficiente kappa.
RESULTADOS: A análise fatorial revelou uma estrutura bidimensional: dimensao estresse/preguiça/insegurança (I) e inconformismo/relacionamento (II), que explicou 54,4% da variância total. Todas as dimensoes demonstraram excelente consistência interna. A validade de construto externa foi comprovada pela correlaçao positiva entre os resultados do PSS-AD e do DLQI. A confiabilidade teste-reteste foi excelente (kappa = 0,9).
CONCLUSOES: A versao em português brasileiro do PSS-AD exibiu propriedades psicométricas aceitáveis, com resultados de validade e confiabilidade excelentes e poderá ser utilizado para avaliaçao dos sintomas psicossomáticos dos pacientes com dermatite atópica.

 


 

TL033 - Avaliaçao da qualidade de vida em pacientes com diagnóstico de alergia ao látex

 

Marilise Guedes Candido Marculino; Lorena Wanderley Petry; Romero Jose Kopke Alexandre; Fatima Rodrigues Fernandes; Barbara Gonçaalves da Silva; Wilson Tartuce Aun; Joao Ferreira de Mello

Hospital do Servidor Público Estadual de Sao Paulo - FMO, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Realizar o seguimento dos pacientes alérgicos ao látex quanto à exposiçao a este alérgeno e à qualidade de vida.
MATERIAL E MÉTODOS: Aplicamos questionário para avaliar qualidade vida nos pacientes com história clínica associada a teste cutâneo e/ou IgE específica positiva para o látex acompanhados no nosso ambulatório específico de alergia ao látex.
RESULTADOS: A amostra de entrevistados incluiu 26 pacientes, com tempo médio de diagnóstico de 6 anos e desvio padrao de 2,7 anos, 88,5% do gênero feminino, mediana de idade de 50 anos e principal fator de risco para alergia ao látex serem profissionais da saúde (53,8%). Observamos que 65,4% referiu ter apresentado algum sintoma alérgico após o diagnóstico, 65,4% medo de reaçao grave, 53,8% problemas com amigos pessoais ou colegas de trabalho, 46,2% relatou problemas nas relaçoes sociais, 46,2% limitaçao das atividades cotidianas, 38,5% problemas econômicos e 26,9% dos pacientes referiu problemas emocionais. Houve relevância estatística entre as perguntas: apresentou algum sintoma após o diagnóstico e medo de reaçao grave (p = 0,02).
CONCLUSAO: O estudo demonstra que alergia látex é uma condiçao de saúde que conduz a morbidade importante e impacto na qualidade de vida. Assim, sugerimos que os pacientes sejam avaliados quanto às consequências deste diagnóstico.

 


 

TL034 - Sensibilizaçao precoce em lactentes e índice preditivo para asma

 

Roberta Barros de Sousa; Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho; José Angelo Rizzo; Almerinda Maria do Rêgo Silva; Ana Caroline Dela Bianca; Rossana Wynne Spíndola; Décio Medeiros Peixoto

Centro de Pesquisas em Alergia e Imunologia Clínica HC-UFPE, Recife, PE, Brasil

 

OBJETIVO: Verificar a positividade ao API (Asthma Predective Index) e ao prick teste em crianças sibilantes e nao sibilantes.
MÉTODOS: Estudo caso-controle com crianças de 6 a 24 meses de idade atendidas no ambulatório de alergia infantil (casos - com história de sibilância recorrente) e de pediatria (controles - sem história de sibilância) do Hospital das Clínicas - UFPE, entre 2011 e 2013. Os responsáveis pelas crianças responderam o questionário com parâmetros clínicos e fatores de risco relacionados às doenças alérgicas e foi pontuado o API (Indice Preditivo para Asma) com critérios maiores (antecedente familiar de asma e dermatite atópica) e menores (rinite alérgica, eosinofilia periférica > 4% e sibilância sem infecçao de vias aéreas). A sensibilizaçao a antígenos inaláveis [D. pteronyssinus, D. farinae, Blomia tropicalis, fungo mix (Aspergillus fumigatus e Alternaria alternata), epitélio de cao, gato e barata mix] e alimentares (Alfalactoalbumina, beta-lactoglobulina, caseína, soja, ovo e amendoim) foi avaliada por meio do teste de puntura utilizando-se extratos padronizados.
RESULTADOS: Foram analisados os dados de 111 pacientes, 65 sibilantes (idade média de 14,8 ± 5,2 meses) e 46 controles (15,2 ± 5,1 meses). Entre os lactentes sibilantes, a idade média de início dos sintomas foi de 8+5,6 meses. Sensibilizaçao a aeroalérgenos e alimentos foi encontrada em 11% (7/65) e 6% (4/65) respectivamente. Nao houve sensibilizaçao combinada a aeroalérgenos e alimentos no mesmo paciente. Apenas um lactente nao sibilante (2,1%) apresentou sensibilizaçao a aeroalérgeno (Fungo mix) e nenhum a alimento. O API foi positivo em 81,5% (53/65) dos lactentes sibilantes recorrentes e 46% (21/46) dos nao sibilantes.
CONCLUSAO: A sensibilizaçao foi elevada para aeroalérgenos em lactentes e API positivo em relaçao às crianças com API negativo, apontando que a pesquisa de snebilizaçao precoce em lactentes sibilantes deve ser estimulada.

 


 

TL035 - Respiraçao oral secundária à rinite alérgica e postura corporal em crianças atendidas em serviço especializado

 

Luciana Angelo Bezerra; Hilton Justino Silva; Klivia Juliana Rocha Moraes; Ana Carolina Cardoso Melo; Renata Andrade Cunha; Gerlane Karla Oliveira Nascimento; Décio Medeiros Peixoto

Centro de Pesquisas em Alergia e Imunologia Clínica HC-UFPE, Recife, PE, Brasil

 

OBJETIVO: Verificar a alteraçao de postura de cabeça em crianças com respiraçao oral secundária a rinite alérgica atendidas em ambulatóro especializado.
MÉTODO: Estudo realizado no ambulatório de alergia HC-UFPE. A amostra foi composta por crianças com respiraçao oral secundária à rinite alérgica, na faixa etária de 4 a 12 anos incompletos. Os responsáveis pela criança responderam a um questionário a respeito dos hábitos noturnos (sono) da criança. As crianças foram submetidas à avaliaçao postural através da biofotogrametria (vistas anterior, lateral direita, posterior e lateral esquerda), na qual a criança permaneceu em postura ortostática. As imagens foram captadas por câmera digital e foram posteriormente analisadas através do software SAPO.
RESULTADOS: Das 93 crianças, 41(44%) eram do gênero feminino; a média de idade foi de 7.81 ± 2,07 anos. Setenta e seis crianças (82%) apresentavam cabeça anteriorizada, 6/93(6.5%) apresentavam cabeça em posiçao neutra e 11/93(12%) apresentavam cabeça posteriorizada. Das 76/93, 50/76(66%) roncavam e 48/76(63%) possuíam hipersialorreia noturna.
CONCLUSAO: A respiraçao oral leva a alteraçoes miofuncionais posturais globais, podendo alterar a posiçao do osso hioide, levando a uma tendência a contraçao excêntrica dos músculos masseteres e supra-hioídeos, que favorece a manutençao de boca aberta. Associado a isto, observa-se também a tendência da respiraçao oral devido a obstruçao nasal ocasionada pelo quadro da rinite alérgica, favorecendo a anteriorizaçao de cabeça. Sugerem-se mais estudos sobre este tema, estimulando a intervençao precoce na correçao postural e na obstruçao nasal.

 


 

TL036 - Teste de provocaçao oral na investigaçao de hipersensibilidade a medicamentos

 

Ligia Maria de Oliveira Machado; Anna Carolina Pousas Navarro; Leila Borges; Adriano Bueno Sá; Inês Cristina Camelo-Nunes; Luis Felipe Chiaverini Ensina; Dirceu Solé

UNIFESP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Revisao e análise dos resultados dos testes de provocaçao oral (TPO) com medicamentos realizados no ambulatório de reaçoes adversas a fármacos (RAF) da UNIFESP.
MÉTODO: Estudo retrospectivo por meio de revisao de prontuários dos pacientes que realizaram TPO com medicamentos entre julho de 2010 e julho de 2013. Foram avaliadas as seguintes variáveis: gênero, idade, manifestaçoes clínicas, gravidade das reaçoes, indicaçoes do TPO, drogas utilizadas, e positividade dos testes.
RESULTADOS: Foram realizados 117 TPOs em 91 pacientes (56% do gênero feminino) com mediana de idade de 25 anos (1-64). A maior parte dos pacientes (76%) com história de angioedema, sendo as outras manifestaçoes clínicas sugestivas de: urticária (28%), exantema urticariforme (22%) e exantema maculopapular (13%), com alguns pacientes apresentando mais de uma manifestaçao. Em apenas 3,3% dos pacientes a história sugeria reaçao grave. Em 76,9% dos pacientes o TPO foi indicado para diagnóstico. Exclusao de reatividade cruzada foi a indicaçao em 17,6% e exclusao do diagnóstico em uma história nao sugestiva em 5,5%. Pouco menos de 1/3 dos pacientes necessitaram de um segundo TPO, sendo a maioria (73%) ainda para confirmaçao do diagnóstico. As drogas mais utilizadas nos TPOs foram paracetamol (29,7%) AAS (20,8%), amoxicilina (13,2%) e eterocoxibe (9,9%). Os resultados foram positivos em 13,7% dos TPOs (angioedema como manifestaçao clínica em 100%). O AAS foi responsável por 68,7% dos TPOs positivos, e outros AINEs pelos demais.
CONCLUSOES: A principal indicaçao do TPO é o diagnóstico de hipersensibilidade aos AINEs, especialmente para confirmaçao do diagnóstico ou determinaçao de alternativa segura. Os testes positivos ocorreram principalmente na primeira situaçao, e na maior parte dos casos a reaçao durante o teste foi semelhante a reaçao original (angioedema).

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