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Revista oficial da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia ASBAI
Revista oficial da Sociedad Latinoamericana de Alergia, Asma e Inmunología SLaai

Brazilian Journal of Allergy and Immunology (BJAI)

Abril-Junho 2020 - Volume 4  - Número 2

Vol. 4 - Nº 2


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Editoriais

1 - O trono ainda está com o coronavírus

The throne still belongs to the coronavirus

Pedro Giavina-Bianchi

Arq Asma Alerg Imunol 2020;4(2): 145-6

DOI: 10.5935/2526-5393.20200039

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2 - Conhecendo melhor a SLaai

Learning more about SLaai

João Negreiros Tebyriçá

Arq Asma Alerg Imunol 2020;4(2): 147-8

DOI: 10.5935/2526-5393.20200020

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ARTIGO ESPECIAL

3 - O consultório de Alergologia em tempos de pandemia

The allergology practice in times of pandemic

Miguel Croce; Eliúde Costa-Manso

Arq Asma Alerg Imunol 2020;4(2): 149-56

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20200021

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A humanidade está experimentando a pandemia global da COVID19 causada por um vírus altamente infecioso, o SARS-CoV-2. Medidas para frear a sua propagação mudaram repentinamente a vida de milhões de pessoas no mundo e nós, médicos alergologistas, tivemos que nos adaptar a este novo cenário. Manterse atualizado, continuar atendendo os pacientes, orientar os mesmos e seus familiares e, ao mesmo tempo, adotar medidas para prevenir um eventual contágio durante o atendimento, são grandes desafios. Graças aos meios de informação confiáveis, às organizações de saúde e às sociedades médicas especializadas, como a ASBAI, estamos enfrentando esta crise de saúde pública com bom senso, criatividade e conhecimento.

Descritores: Alergia e imunologia, coronavírus, vírus da SARS, telemedicina, Internet.

Artigos de Revisão

4 - Uso do omalizumabe na urticária crônica espontânea: o que fazer após 6 meses?

Use of omalizumab in chronic spontaneous urticaria: what to do after 6 months?

Paula Natassya Argolo; Bruna Gehlen; Mariana Mousinho-Fernandes; Jorge Kalil; Antônio Abilio Motta; Rosana Câmara Agondi

Arq Asma Alerg Imunol 2020;4(2): 157-62

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20200022

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A urticária crônica espontânea (UCE) é uma condição rara, benigna e com sintomas que afetam adversamente a qualidade de vida, tanto dos pacientes quanto de seus familiares, visto que ainda não existe tratamento resolutivo. O manejo farmacológico de primeira linha consiste no uso de anti-histamínicos em doses licenciadas ou até quadruplicadas, e na ausência de resposta ao anti-histamínico, os consensos mundiais recomendam, na sequência, a adição de omalizumabe. Ambos são amplamente utilizados e considerados seguros e eficazes.No entanto, ainda há alguns questionamentos acerca da anti-IgE: quando e como suspender a medicação, por quanto tempo usar ou quando retornar o uso da mesma, caso haja recidiva. Logo, alguns artigos foram revisados visando melhor elucidação dessas dúvidas.

Descritores: Urticária crônica, omalizumabe, ciclosporina.

5 - Fatores associados ao sexo para sibilância recorrente e asma

Sex-related factors for recurrent wheezing and asthma

Wellington Fernando da Silva Ferreira; Débora Carla Chong-Silva; Juliana Mayumi Kamimura Murata; Cristine Secco Rosário; Giovanna Daneluz Brito; Joao Pedro Giacomet; Nelson Augusto Rosario-Filho; Herberto Jose Chong-Neto

Arq Asma Alerg Imunol 2020;4(2): 163-71

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20200023

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Nas últimas décadas, consolidou-se o conhecimento da heterogeneidade de fatores associados à asma. Sexo, condições ambientais, genética, raça, obesidade, questões hormonais e imunológicas influenciam sintomas e resposta ao tratamento da asma. Associação entre asma e obesidade é observada em adultos e crianças e parece ser muito mais consistente no sexo feminino.As mulheres adultas também apresentam maior prevalência de asma em comparação aos homens, e têm três vezes mais chances de hospitalização, o que é mantido até a menopausa. Mulheres são mais afetadas quando expostas ao tabagismo passivo e ativo, e, nos meninos, a exposição intrauterina ao tabaco tem maior influência negativa no crescimento de vias aéreas. Homens e mulheres apresentam diferenças em relação ao envolvimento de pequenas vias aéreas. Os homens apresentaram mais aprisionamento aéreo induzido pela metacolina, enquanto as mulheres têm frações mais elevadas de óxido nítrico exalado. Mulheres apresentam maior diversidade de polimorfismos genéticos associados à asma. Quanto à resposta ao tratamento, homens respondem melhor funcionalmente, com aumento do VEF1, quando utilizam corticoides inalatórios. Meninos entre 2-9 anos respondem melhor aos antagonistas de leucotrienos, resposta que se inverte e passa a ser mais significativa em meninas entre 10-14 anos. O enfoque do manejo atual da sibilância recorrente e da asma deve levar em consideração aspectos individuais específicos, que variam entre homens e mulheres, e que impactam no tratamento e prognóstico da doença.

Descritores: Asma, sexo, sons respiratórios.

6 - Imunopatologia da COVID-19 e suas implicações clínicas

COVID-19 immunopathology and its clinical implications

Fernando M. Aarestrup

Arq Asma Alerg Imunol 2020;4(2): 172-80

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20200024

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Compreender os mecanismos imunopatológicos envolvidos na evolução da COVID-19 é um desafio para a ciência mundial. A observação da existência de formas clínicas diferentes da doença, podendo ocorrer desde manifestações leves até formas graves, demonstra a complexidade da resposta imune desenvolvida frente à infecção pelo SARS-CoV-2. Nesta revisão da literatura, utilizamos as bases de dados PubMed, MEDLINE, LILACS, SciELO a partir de dezembro de 2019, quando surgiram os primeiros casos da doença. A relação entre as diferentes formas clínicas da COVID-19 com o desenvolvimento da resposta imune foi amplamente discutida. As diferenças da evolução da COVID-19 em crianças e idosos foram avaliadas focalizando aspectos da resposta imune que podem conferir prognóstico favorável ou risco de desenvolvimento de formas clínicas graves.Particularidades da infecção pelo SARS-CoV-2 em pacientes com imunossupressão e em portadores de asma foram analisadas. Os mecanismos imunopatológicos envolvidos no desenvolvimento das formas graves da COVID-19 foram abordados com ênfase no fenômeno "tempestade de citocinas".

Descritores: COVID-19, imunologia, SARS-CoV-2, coronavírus.

7 - Uso de probióticos e/ou prebióticos na prevenção de eczema em crianças com alto risco de atopia: uma revisão sistemática

Probiotics and/or prebiotics use on the prevention of eczema in children with high risk of atopy: a systematic review

Giovanna Delcole; Leonardo Lerro; Matheus Alves Alvares; Natália de Santana Pinto; Rodrigo Ferreira Rodrigues; Vera Esteves Vagnozzi Rullo

Arq Asma Alerg Imunol 2020;4(2): 181-89

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20200025

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O objetivo deste estudo foi encontrar a relação do uso de probióticos e/ou prebióticos na prevenção do desenvolvimento de eczema atópico em crianças com alto risco. Foram utilizadas para esta revisão as bases de dados MEDLINE, via PubMed, SciELO e LILACS, com os seguintes descritores "(probiotics OR prebiotics) AND (allergy) AND (eczema)". Foram selecionados ensaios clínicos randomizados publicados até janeiro de 2020, sem restrição de idioma, em humanos, desde o nascimento até os 18 anos de idade. Foram recuperados 247 artigos, sendo cinco utilizados para análise. Quatro estudos não demonstraram relação entre o uso de probióticos e/ou prebióticos e a prevenção de eczema atópico em crianças de alto risco. Em contrapartida, um dos trabalhos obteve associação positiva, porém restrito a crianças com alergia à proteína do leite de vaca. Foi concluído nesta revisão que não existe relação entre o uso de probiótico e/ ou prebióticos em crianças de alto risco de atopia na prevenção de eczema, com possível exceção em crianças com alergia ao leite da vaca, com o desenvolvimento de eczema. É necessário a realização de mais estudos em longo prazo para a confirmação de real associação.

Descritores: Dermatite atópica, eczema, probióticos, prebióticos.

Artigos Originais

8 - Impacto do tabagismo passivo nos sintomas da asma na infância

Impact of passive smoking on childhood asthma symptoms

Emily Lindsey Pilato; Thais Fernanda da Luz Filla; Lucas de Castro Couto; Cristine Secco Rosário; Herberto José Chong Neto; Carlos Antônio Riedi; Débora Carla Chong-Silva; Nelson Augusto Rosário Filho

Arq Asma Alerg Imunol 2020;4(2): 190-97

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20200026

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OBJETIVO: Caracterizar a população asmática pediátrica e avaliar as repercussões do tabagismo passivo nos sintomas da asma na infância.
MÉTODOS: A amostra é composta de 384 pacientes, entre 2 e 14 anos, com diagnóstico de asma, acompanhados no ambulatório de pneumologia pediátrica do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. A avaliação ocorreu por meio de uma ficha de dados, aplicada em forma de entrevista aos responsáveis ou à criança participante.
RESULTADOS: A exposição ao tabagismo passivo esteve presente em 55% das crianças. Aglomeração domiciliar, menor renda familiar, menor nível de escolaridade materna e paterna foram vistos significativamente no grupo exposto. A população exposta mostrou maior frequência de asma classificada como moderada, maior uso de corticoide inalatório e maior frequência de sintomas diurnos (presentes pelo menos uma vez na semana em 60% dos pacientes).
CONCLUSÃO: Foi alta a prevalência de crianças asmáticas expostas ao tabagismo passivo. Condição socioeconômica baixa foi confirmada no grupo exposto. Asma de gravidade moderada, maior uso de corticoides inalados e maior frequência de sintomas diurnos foram vistos no grupo de expostos. Este estudo confirma a necessidade imediata de adoção de medidas efetivas no combate ao tabagismo passivo como estratégia imprescindível para o controle da asma na infância.

Descritores: Asma, tabagismo passivo, doenças respiratórias, crianças.

9 - A sinalização de interferon-gama é diminuída em células mononucleares do sangue periférico de pacientes asmáticos

Interferon-gamma signaling is downregulated in peripheral blood mononuclear cells from asthma patients

Carolina Valadares Nunes; Laila Rigolin Fortunato; Jhony Robison Oliveira; Aline Beatriz Mahler Pereira; Gabriela Rister Figueiredo Irie; Sarah Cristina Sato Vaz Tanaka; Marcos Vinícius Silva; Wilson Carneiro Silva-Jr; Marly Aparecida Spadotto Balarin; Paulo Roberto Silva; David Nascimento Silva Teixeira; Alexandre Paula Rogerio

Arq Asma Alerg Imunol 2020;4(2): 198-204

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20200027

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INTRODUÇÃO: A sinalização de interferon-gama (IFN-γ) é mediada por receptores, como o receptor 1 de IFN-γama (IFN-γR1), fatores de transcrição, como o transdutor de sinal e o ativador de transcrição 1 (STAT1) e supressores de sinalização de citocina 1 (SOCS1). Neste trabalho, avaliamos o papel da sinalização de IFN-γ em células mononucleares do sangue periférico (PBMCs) de indivíduos com asma e controle.
MÉTODOS: Células mononucleares do sangue periférico (PBMCs) de adultos saudáveis e não asmáticos (n = 12, homens e mulheres, 18-60 anos) e pacientes diagnosticados com asma (n = 18, homens e mulheres, 18-60 anos) foram estimuladas com IFN-γ (0,25, 0,5 e/ou 1,0 ng/mL) e após 24 horas a produção de CXCL10 foi avaliada por ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA), bem como o receptor 1 de IFN-γ (IFN-γ R1). Também foram avaliadas as expressões do transdutor de sinal e ativador da transcrição 1 (STAT1) (por citometria de fluxo) e supressor de expressão de sinalização de citocinas 1 (SOCS1) (por ensaio qPCR em tempo real).
RESULTADOS: A produção de CXCL10, uma quimiocina induzida por IFNg, foi reduzida de maneira dependente da dose em PBMCs de pacientes com asma estimulados com IFN-γ (0,25-1,0 ng/mL) quando comparado ao grupo controle. Enquanto IFN-γ induziu um aumento da expressão de IFN-γ R1 e ativação da fosforilação de STAT1 (pSTAT1) em PBMCs do grupo controle, uma redução de ambas (IFN-γ R1 e pSTAT1) foi observada em PBMCs de pacientes com asma. O IFN-γ aumentou as PBMCs de expressão do mRNA de SOCS1 de pacientes com asma quando comparado às células estimuladas por IFN-γ do controle.
CONCLUSÃO: Em conjunto, nossos resultados demonstraram que a sinalização de IFN-γ é sub-regulada em pacientes com asma.

Descritores: Asma, fatores de transcrição STAT1, interferongama.

10 - Utilização da porcentagem e escore Z para avaliar resposta broncodilatadora em crianças asmáticas de idade pré-escolar

Use of percentage and Z-score to evaluate bronchodilator response in preschool asthmatic children

Sandra Lisboa; Luanda Dias da Silva Salviano; Ana Carolina Carioca da Costa; Alessandra L. Malafaia; Shandra L. Monteiro; Renata Wrobel Folescu Cohen

Arq Asma Alerg Imunol 2020;4(2): 205-12

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20200028

PDF Português

INTRODUÇÃO: A resposta ao broncodilatador (RBD) é frequentemente utilizada no apoio diagnóstico e na tomada de decisões terapêuticas em crianças com sintomas respiratórios. Entretanto, não há um consenso do ponto de corte da RBD em crianças pré-escolares.
OBJETIVO: Avaliar RBD através da porcentagem e do deslocamento do escore Z do volume expiratório forçado em relação ao tempo (VEFt) de crianças asmáticas pré-escolares e propor novos pontos de corte.
MÉTODOS: Estudo transversal com 174 espirometrias de crianças asmáticas do ambulatório de alergia/imunologia de hospital de referência nacional no Rio de Janeiro (RJ), realizadas antes e após 15 minutos do uso do broncodilatador, expressas em escore Z e classificadas com padrão obstrutivo quando VEF1/capacidade vital (CV) < -1,645. O poder discriminatório para a RBD dos parâmetros espirométricos foi analisado por curvas ROC, e novos pontos de corte de RBD positiva foram calculados.
RESULTADOS: 23,4% apresentou padrão obstrutivo. O índice de Tiffeneau em crianças asmáticas com 3 anos é significativamente menor do que em crianças de 4-6 anos (p = 0,040). VEF0,75 apresentou maior poder discriminatório para RBD (variação > 11% e acurácia > 90%). Os pontos de corte encontrados para as variações percentuais na resposta positiva ao RBD foram 9,5 (VEF1); 13,8 (VEF0,75); 0,6 (escore Z VEF1) e 0,8 (escore Z VEF0,75).Taispontos de corte refletem altosvalores de sensibilidade e especificidade, com valores preditivos positivo e negativo variando em 90%. A conclusão pode ser estendida às variações nos escores Z de VEFt.
CONCLUSÕES: O VEF0,75 > 11% apresentou melhor discriminação para RBD, demonstrando ser bom parâmetro para a clínica. Os valores encontrados no deslocamento do escore Z após o broncodilatador corroboram com a percepção de que seja um novo recurso para a interpretação da RBD.

Descritores: Testes de função respiratória, pré-escolar, respirometria, broncodilatadores, asma.

Comunicação Clínica e Experimental

11 - Complicação inesperada após teste de contato: aparecimento de lesões eritema multiforme-símile

Unexpected patch test complication: onset of erythema multiforme-like lesions

Amanda Bertazzoli Diogo; Mario Cezar Pires; Flavia Rodrigues Dias; Maira Bortoncello; Renata Marli Pires; Maria Elisa Bertocco Andrade

Arq Asma Alerg Imunol 2020;4(2): 213-15

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20200029

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O eritema multiforme está associado comumente a infecções e medicamentos. Embora menos comum, também há casos relatados dessa doença após aplicação do teste de contato. Descrevemos uma paciente de 22 anos que evoluiu, em 24 horas após o teste, com placas e pápulas eritematosas, em formato de íris e crosta central, distribuídas simetricamente nas mãos, braços e costas, além de prurido intenso. As lesões eritema multiformesímile presentes no caso foram interpretadas como uma manifestação alérgica secundária ao exame. Dermatite de contato alérgica pode se manifestar como um eritema multiforme em pessoas hipersensíveis. Poucos casos de dermatite alérgica de contato sistêmica foram relatados após este exame, por exemplo, devido às seguintes substâncias: dietil tioureia, corantes dispersos têxteis e iodopovidona. O desenvolvimento do eritema multiforme não é usualmente apontado como uma complicação do teste de contato alérgico, na maioria das referências literárias. Embora incomum, o surgimento dessa desordem após este exame necessita ser considerado como um efeito adverso.

Descritores: Eritema multiforme, testes do emplastro, níquel.

12 - Urticária crônica espontânea de difícil tratamento: existiria um lugar para usar dapsona na falta de omalizumabe?

Spontaneous chronic urticaria of difficult treatment: is there a place to use dapsone in the lack of omalizumab?

Francisco Machado Vieira

Arq Asma Alerg Imunol 2020;4(2): 216-18

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20200030

PDF Português

Muitos estudos sugerem que a urticária crônica espontânea (UCE) seja uma doença autoimune.A primeira linha de tratamento consiste no uso de anti-histamínicos H1 de segunda geração, que podem ser empregados em até quatro vezes a dose recomendada. A Dapsona - diaminodifenil sulfona (DDS) - é um quimioterápico com propriedades antimicrobianas e anti-inflamatórias. Em dermatologia, a DDS é usada em doenças nas quais predominam neutrófilos. O omalizumabe é um anticorpo monoclonal, que se liga às moléculas de IgE na circulação e impede que estas IgEs se liguem aos seus receptores. Omalizumabe é recomendado como terceira linha de tratamento de pacientes com UCE, refratários a anti-histamínicos em doses quadriplicadas, na dose de 300 mg a cada quatro semanas. Paciente do sexo feminino, com 41 anos, com UCE sem períodos de remissão por mais de um ano, tratada sem sucesso, com diferentes anti-histamínicos. Existia uma extensa investigação laboratorial. Foi-lhe administrada Cetirizina (anti-histamínico H1 de segunda geração), em elevada dose (40 mg/dia) associada a antileucotrieno (10 mg/dia) por um período de duas semanas. No final do período, a UCE manteve-se completamente inalterada. Foi realizada biopsias das urticas com diagnóstico histopatológico "Dermatite neutrofílica com infiltrado intersticial neutrofílico, sem vasculite ativa e sem eosinófilos". Na falta de omalizumabe, a paciente continuou o tratamento com Cetirizina (40 mg/dia), agora associado a 100 mg/dia de DDS. Atualmente, após 16 semanas de observação, seu quadro mantém-se estável, com urticas ausentes, afora alguns surtos leves, intermitentes. Poder-se-ia usar a DDS na UCE refratária a anti-histamínicos? Alguns estudos bem conduzidos oferecem essa oportunidade.

Descritores: Urticária, dapsona, omalizumabe.

13 - Neutropenia aloimune neonatal em gêmeas idênticas

Neonatal alloimmune neutropenia in identical twins

Mariana Jobim; Elyse Moritz; Ana Cristina Arend; Iara Santos Fagundes; Beatriz Chamun Gil; Joice Merzoni Lunardi; Renato Procianoy; Luiz Jobim

Arq Asma Alerg Imunol 2020;4(2): 219-24

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20200031

PDF Português

A neutropenia aloimune neonatal (NAN) é uma patologia causada pelo antagonismo imunológico, como a doença hemolítica do recém-nascido ou a trombocitopenia aloimune neonatal, mas relacionada aos neutrófilos, em vez de glóbulos vermelhos ou plaquetas. Descreveremos um caso clínico de duas gêmeas idênticas nascidas a termo, com Apgar de 8 e 9, sendo que após algumas horas do nascimento apresentaram febre. Um exame de sangue revelou neutropenia grave que resultou em sepse. O diagnóstico da NAN foi realizado clinicamente e por testes de histocompatibilidade. A prova cruzada por citometria de fluxo foi positiva, usando soro da mãe e suspensões celulares (granulócitos e linfócitos) das gêmeas e do pai. Este teste não fornece informações sobre para qual sistema genético os anticorpos foram positivos, se contra os antígenos específicos de neutrófilos humanos (HNA) ou contra os antígenos leucocitários humanos (HLA). Para o esclarecimento, realizamos o teste de aglutinação de granulócitos (GAT) com um painel de doadores fidelizados e com antígenos HNA1-5 conhecidos, utilizando o soro materno como reagente. Foi também realizada a pesquisa de anticorpos anti-HLA e anti-HNA no soro materno. Os genótipos HLA e HNA foram identificados, permitindo conhecer as especificidades dos anticorpos maternos contra os antígenos dos neutrófilos do marido e das filhas. O diagnóstico de NAN não é realizado na maioria dos hospitais de nosso país e do exterior, devido à dificuldade de execução dos testes de histocompatibilidade, no entanto a prova cruzada por citometria de fluxo pode facilmente ser implantada nos laboratórios clínicos, sendo que está descrita detalhadamente nesse caso clínico.

Descritores: Antígenos de neutrófilos humanos, antígenos HLA, infecção do neonato.

14 - Angioedema vibratório

Vibratory angioedema

Márcia Merylane de Alencar Aquino Onofre; Adrianni Barros Costa; Paulo Eduardo Silva Belluco

Arq Asma Alerg Imunol 2020;4(2): 225-28

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20200032

PDF Português

Angioedema vibratório é uma forma rara de urticária induzida, que pode ser de caráter familiar ou adquirido. Este artigo descreve um caso clínico de uma mulher, com 33 anos de idade, fisioterapeuta, que iniciou sinais de edema e dor local após atividades de lazer ainda na adolescência e se intensificou posteriormente durante atividades profissionais. Aspectos fisiopatológicos foram discutidos, assim como avaliação laboratorial e testes de provocação. Objetivamos com este relato, ressaltar uma patologia incomum, mas que pode ter grande impacto na qualidade de vida do paciente, necessitando assim de um olhar minucioso do médico na prática clínica. Entendemos que neste caso o angioedema vibratório é efetivamente uma doença ocupacional. Constatamos que de modo geral para urticárias crônicas induzidas e no particular para angioedema vibratório, a história clínica minuciosa é a melhor forma de se obter o diagnóstico.

Descritores: Angioedema vibratório, urticária física, doença ocupacional.

15 - Terapia nutricional de paciente com ataxia-telangiectasia: relato de caso

Nutrition therapy of a patient with ataxia-telangiectasia: case report

Talita Lemos Neves Barreto; Juliana Fernandez Santana Meneses; Roseli Oselka Saccardo Sarni

Arq Asma Alerg Imunol 2020;4(2): 229-34

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20200033

PDF Português

Neste artigo relatamos a terapia nutricional de um paciente com ataxia-telangiectasia (A-T) utilizando a gastrostomia (GTM) como via alternativa para alimentação. Paciente do sexo masculino, 13 anos de idade, com diagnóstico clínico de A-T aos 6 anos. Aos 8 anos e 7 meses o paciente foi identificado com risco nutricional (ZIMC/I: -1,67). Após 1 ano, evoluiu de forma desfavorável (ZIMC/I: -2,51) apesar da intervenção nutricional, sendo indicada a GTM aos 9 anos e 11 meses. No entanto, em decorrência da dificuldade de aceitação dos pais, o procedimento foi realizado somente quando o adolescente completou 11 anos e 7 meses. Inicialmente foi prescrita para oferta pela GTM dieta enteral normocalórica e normoproteica, correspondendo a 45,8% da necessidade energética diária. Após um mês, com estabilidade metabólica, houve a transição para uma dieta enteral hipercalórica e hiperproteica, fornecendo 91,6% da necessidade energética diária. Após 6 meses com a GTM, verificou-se ganho de peso total de 3,3 Kg (ZIMC/I -2,97), após 1 ano de 4,7 Kg (ZIMC/I -2,59), e após 1 ano e 9 meses de 6,7 Kg (ZIMC/I -2,63). Apesar da desnutrição nos pacientes com A-T ter origem multifatorial, o uso da GTM como via alternativa para alimentação por esse paciente resultou em uma evolução favorável dos seus indicadores antropométricos, sendo relatadas poucas intercorrências com a sua utilização. Portanto, sugere-se que pacientes com A-T devam ser monitorados periodicamente por equipe multiprofissional visando à identificação precoce de potenciais agravos.

Descritores: Ataxia telangiectasia, terapia nutricional, gastrostomia.

16 - Poliarterite nodosa e osteonecrose em paciente feminino como afecção rara em atenção primária à saúde

Nodosa polyarteritis and osteonecrosis in a female patient as a rare condition in primary health care

Viviane Viziolli Waskiewicz; Hyngrid Santos Sousa; Daniel Bellio de Franceschi; Lucas Rodrigues Mostardeiro

Arq Asma Alerg Imunol 2020;4(2): 235-37

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20200034

PDF Português

A poliartrite nodosa (PAN) faz parte de um grupo de patologias autoimunes caracterizadas pela vasculite. Quando associada à osteonecrose, tal comorbidade torna-se ainda mais rara, sendo mais comum em indivíduos do sexo masculino e com manifestações clínicas variadas. O presente estudo trata-se de um relato de caso de uma paciente de 40 anos do sexo feminino que apresentou PAN, a qual se agravou desenvolvendo osteonecrose na articulação coxofemoral bilateral. O tratamento por meio da terapia com corticoides associados a ciclofosfamida, apesar de necessitar monitorização frequente, tem se mostrado eficaz na redução do impacto da morbidade sobre o bem estar do paciente. O quadro apresenta um prognóstico complexo e de difícil reconhecimento visto sua raridade, sintomatologia variada e diagnóstico histopatológico.

Descritores: Poliarterite nodosa, osteonecrose, vasculite e autoimune.

CARTAS AO EDITOR

17 - Imunoterapia específica em época de pandemia de COVID-19

Nelson Augusto Rosario Filho; José Luiz de Magalhães Rios; José Laerte Boechat Morandi; João Negreiros Tebyriçá; Geórgia Véras de Araújo Gueiros Lira; Martti A. Antila; Veridiana Aun Rufino Pereira; Filipe Wanick Sarinho; Norma de Paula Motta Rubini

Arq Asma Alerg Imunol 2020;4(2): 238

DOI: 10.5935/2526-5393.20200035

PDF Português

18 - Exercise-induced anaphylaxis: food-and drug-dependent

Mario Geller

Arq Asma Alerg Imunol 2020;4(2): 239

DOI: 10.5935/2526-5393.20200036

PDF Inglês

19 - Conjuntivite alérgica, prurido ocular e ceratocone: um "buraco negro" entre especialidades

Francisco Machado Vieira

Arq Asma Alerg Imunol 2020;4(2): 240-1

DOI: 10.5935/2526-5393.20200037

PDF Português

Errata

20 - Errata em: Erros inatos de imunidade: tempo de diagnóstico e episódios infecciosos em pacientes ambulatoriais

Erratum on: Inborn errors of immunity: time to diagnosis and infections in outpatients

Naiara de Oliveira Pazian; Laura Lúcia Cogo; Denise Eli; Carlos Antônio Riedi; Herberto Jose Chong-Neto; Nelson Augusto Rosario-Filho

Arq Asma Alerg Imunol 2020;4(2): 242-3

DOI: 10.5935/2318-5015.20200038

PDF Português

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